Fávaro usa “boiada” para provocar Salles na CPI do MST
O depoimento do ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, (foto, à esquerda) na CPI do MST foi marcado por provocações e troca de farpas entre ele e o relator Ricardo Salles (PL-SP, foto, à direita), na...
O depoimento do ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, (foto, à esquerda) na CPI do MST foi marcado por provocações e troca de farpas entre ele e o relator Ricardo Salles (PL-SP, foto, à direita), na manhã desta quinta-feira (17).
A discussão entre Fávaro e Salles começou quando o ministro disse que é legítimo invadir terra devoluta e que tem amigos no Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).
O relator pediu para o depoente explicar a declaração. “A reivindicação é legítima, o direito à propriedade é legítimo. Quem invadir, responde por isso. Não estou dizendo que ele não tem a oportunidade de invadir”, explicou Fávaro.
“Como o senhor respeita quem comete crime, ministro?”, pergunta o deputado @EvairdeMelo ao ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, na CPI do MST. pic.twitter.com/Z9lXlqwcie
— O Antagonista (@o_antagonista) August 17, 2023
Na sequência, o ministro defendeu que os fazendeiros são amparados por lei, contra a ameaça de invasões de terra. Salles pegou o gancho e, em voz alta, rebateu: “O argumentos dos membros desta comissão que são do PT e do Psol têm sido o seguinte: ‘quando a área é área devoluta, a invasão dessas áreas é legítima, porque o proprietário que está lá produzindo não é um proprietário, é um invasor originário’. Essa é a teoria do PT e do Psol nesta comissão”. “O ministro teve uma posição muito correta em dizer que vocês estão errados, que a base do PT e do Psol está errada“, completou Salles.
A troca de farpas seguiu. Salles afirmou que Fávaro estava provocando os produtores da Associação de Produtores de Soja (Aprosoja). O ministro negou. Ao final de uma explanação sobre quem produz corretamente, quem faz produção sustentável e quem serve de exemplo, o ministrou provocou o relator da CPI do MST: “Agora, aqueles que querem transgredir, aqueles que querem desmatar ilegalmente, passar a boiada, botar fogo, queimar, tem que ser punido nos rigores da lei”.
Salles retrucou mais uma vez: “Já é a segunda vez que ouço o senhor dizendo esse termo, ‘passar boiada, passar boiada’. Eu não tenho vergonha nenhuma em ter dito isso. Primeiro porque sou muito amigo da pecuária, então acho que passar boiada é algo muito positivo. Segundo, que quando o senhor era senador, cansou de ir no meu ministério da boiada, fazer defesa de produtores rurais de seu estado e pedir favores para seu estado”.
“Tá fazendo gracinha com a história da boiada, tem que ouvir a verdade. O que o senhor me espanta é usar campanha para o Senado usando imagem do Bolsonaro e, depois, é ministro do PT“, completou Salles.
Quando Salles era ministro do Meio Ambiente, em 2020, defendeu, durante reunião ministerial no governo Bolsonaro, aproveitar o foco da imprensa na crise sanitária da pandemia para “ir passando a boiada e mudando o regramento”.
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