A trégua entre o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD), reeleito com mais de 60% votos válidos no primeiro turno, e o governador, Cláudio Castro (PL), durou menos de duas semanas.

No dia seguinte a mais um episódio de sequestro de nove ônibus na cidade, desta vez na Estrada do Itanhangá, Zona Oeste da cidade, na quarta-feira, 16, Paes disparou contra a gestão de Castro.

“O que os deliquentes percebem é o mesmo que todos nós: falta comando e foco na segurança pública do Governo do Estado. Enquanto não tivermos sinais claros nessa direção, infelizmente cenas assim vão se repetir, como estamos vendo hoje. Continuamos à disposição para ajudar mas enquanto não houver clareza de responsabilidades por parte do Estado, fica difícil. AUTORIDADE é o principal elemento ausente no caso”, comentou o prefeito através de seu perfil no X.

Policiais do Bope faziam operação

Os criminosos interceptaram os ônibus, na quarta-feira, 16, como tentativa de dificultar a operação de agentes do Batalhão de Operações Especiais (Bope) em comunidades próximas a Muzema, Rio das Pedras e Tijuquinha.

Segundo a porta-voz da Polícia Militar, tenente-coronel Cláudia Moraes, os criminosos usam esse tipo de estratégia para desviar a atenção da PM, “tentando criar essa cortina de fumaça, levando a desordem, o caos para pessoas inocentes”.

132 ônibus usados como barricadas em 12 meses

Em um ano, 132 veículos foram usados por bandidos para promover barricadas próximas a comunidades do Rio.

No episódio de quarta-feira, 16, as seguintes linhas de ônibus foram interceptadas e tiveram os itinerários alterados:

• D13091 – 878 Tanque x Barra da Tijuca
• C30229 – 557 Rio das Pedras x Copacabana
• C30213 – 557 Rio das Pedras x Copacabana
• C30241 – 557 Rio das Pedras x Copacabana
• C30193 – 550 Cidade de Deus x Gávea
• C13058 – 878 Tanque x Barra da Tijuca
• C47815 – 863 Barra da Tijuca x Rio das Pedras
• C30127 – 557 Rio das Pedras x Copacabana
• C30123 – 557 Rio das Pedras x Copacabana

E a trégua com Castro?

A trégua com o governador Castro parece ter durado pouco. Logo após a vitória no primeiro turno, na noite do próprio domingo, 6, Paes havia discursado com o objetivo de “acalmar os ânimos e tentar reaproximação ao governo do Estado.”

“A partir de hoje termina os conflitos, a gente vai trabalhar junto, nós queremos ajudar o seu trabalho, não é nossa responsabilidade. Eu falei isso várias vezes para o deputado Ramagem, para aqueles que achavam que iam enganar o povo trazendo o debate da Segurança Pública para a cidade. A gente vai trabalhar do lado do governador Cláudio Castro. Acabou o conflito, acabou a disputa”, disse Paes.

Ao lado de apoiadores Gávea Pequena, residência oficial do prefeito, Paes também dedicou a vitória ao presidente Lula (PT).

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