“Falastrão”, diz Mourão sobre Malafaia
Senador afirmou que o pastor demonstra "total falta de escrúpulos" por declaração contra generais de quatro estrelas

O senador Hamilton Mourão (Republicanos) criticou o discurso do pastor Silas Malafaia sobre o Alto Comando do Exército, feito durante a manifestação bolsonarista na Avenida Paulista no domingo, 6.
Em publicação no X, Mourão chamou Malafaia de “falastrão” e sem “escrúpulos”.
“Ao se aproveitar de um ato em defesa da necessária ANISTIA aos envolvidos no 08 de janeiro para ofender os integrantes do Alto Comando do Exército, o falastrão que assim o fez demonstrou toda sua total falta de escrúpulos e seu desconhecimento do que seja Honra, Dever e Pátria; a tríade que guia os integrantes do Exército de Caxias”, escreveu.
Em cima do trio elétrico, Malafaia classificou os generais de quatro estrelas de “frouxos”, “covardes” e “omissos“.
“Cadê esses generais de quatro estrelas, do Alto Comando do Exército? Cambada de frouxos, cambada de covardes, cambada de omissos. Vocês não honram a farda que vestem. Não é para dar golpe, não, é para marcar posição”, disse.
Wajngarten sai em defesa de Malafaia
O advogado e empresário Fabio Wajngarten, ex-secretário de Comunicação Social da Presidência na gestão de Jair Bolsonaro, saiu em defesa do “mensageiro” Silas Malafaia, “que sempre esteve ao nosso lado”, contra Mourão:
Em comentário deixado na postagem do ex-vice-presidente no X, Wajngarten cobrou que ele faça a defesa do general Walter Braga Netto, ex-vice de Bolsonaro na chapa derrotada em 2022:
“General, BOM DIA.
Ao invés de bater no mensageiro, que sempre esteve ao nosso lado, bata na mensagem.
A prisão do General BN é ilegal e imoral.
Precisamos de atores políticos que sejam ativos e não espantalhos parados e indiferentes à [sic] tudo que está ocorrendo contra todo um espectro político.
Use seu enorme mandato para ajudar a evidenciar abusos, prisões arbitrárias e principalmente a mostrar que o lugar do General BN é ao lado de sua família em casa.”
Braga Netto é o general que, frustrado com a recusa manifestada a Bolsonaro pelo então comandante da Aeronáutica, Carlos de Almeida Baptista Jr., em aderir a um golpe de Estado disfarçado de medida constitucional, deu a seguinte ordem a um aliado, em mensagem de celular encontrada pela Polícia Federal:
“Senta o dedo no Baptista Jr. Inferniza a vida dele e da família.”
Já Fábio Wajngarten é sócio de uma empresa contratada pelo partido de Bolsonaro, o PL. Em maio, junho e julho de 2023, a FW Comunicação, que leva no nome as iniciais do empresário, recebeu da legenda parcelas de pagamento que totalizaram ao menos R$ 562,5 mil, segundo prestação de contas enviada ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Os valores foram debitados de conta bancária mantida pelo PL para o recebimento de verbas do fundo partidário, dinheiro público repassado anualmente para manutenção dos partidos políticos.
Mourão ignorou o comentário de Wajngarten.
Malafaia sobre Motta
Ainda durante o discurso, Malafaia acusou o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), de ser um “opositor” do projeto de anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023.
“Ele [Motta] pediu aos líderes para não assinarem. Só quem assinou foi o deputado Sóstenes [Cavalcante], do PL, e uma deputada do Novo. Como ele controla a liberação de verbas para as lideranças, isso não é brincadeira”, disse pastor ao site Metrópoles.
“Ele não é um aliado, mas tomara que mude depois dessa manifestação. Eu espero que ele mude, mas até aqui, não é”.
Leia também: Hugo Motta afasta votação de PL da Anistia
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Comentários (3)
Fabio B
08.04.2025 07:39Sim, o Mourão é só outro parasita que vive exclusivamente de mamata, de trabalho efetivo inexistente, exceto quando atua exclusivamente para proteger o corporativismo e garantir que sua corja de milicos inúteis continue sugando o dinheiro público sem oferecer nada em troca.
Luis Eduardo Rezende Caracik
07.04.2025 22:16E eu, além de não perder tempo ouvindo ou tentando entender Malafaia, também digo o mesmo de Mourão.
Fabio B
07.04.2025 21:56Eu nem perco muito tempo tentando entender qual é exatamente a do Malafaia, ainda mais que ele mantém contato direto com seu amigo Gilmar Mendes, que baliza o tom dos seus discursos "contra o STF".