Fachin cita Ruy Barbosa contra o indulto arbitrário
Em seu voto contra o indulto a corruptos, o ministro do STF Luiz Edson Fachin citou o seguinte trecho do jurista e escritor Ruy Barbosa (1849-1923), coautor da constituição da Primeira República e membro fundador da Academia Brasileira de Letras: "Nenhum poder mais augusto confiou a nossa lei fundamental ao Presidente do que o indulto. É a sua colaboração na justiça. Não se lhe deu, para se entregar ao arbítrio, para se desnaturar em atos de...
Em seu voto contra o indulto a corruptos, o ministro do STF Luiz Edson Fachin citou o seguinte trecho do jurista e escritor Ruy Barbosa (1849-1923), coautor da constituição da Primeira República e membro fundador da Academia Brasileira de Letras:
“Nenhum poder mais augusto confiou a nossa lei fundamental ao Presidente do que o indulto. É a sua colaboração na justiça. Não se lhe deu, para se entregar ao arbítrio, para se desnaturar em atos de validismo, para contrariar a justa expiação dos crimes. Pelo contrário, é o meio, que se faculta ao critério do mais alto magistrado nacional, para emendar os erros judiciários, reparar as iniquidades da rigidez da lei, acudir aos arrependidos, relevando, comutando, reduzindo as penas, quando se mostrar que recaem sobre os inocentes, exageram a severidade com os culpados, ou torturam os que, regenerados, já não merecem o castigo, nem ameaçam com a reincidência a sociedade. Todos os Chefes de Estado exercem essa função melindrosíssima com o sentimento de uma grande responsabilidade, cercando-se de todas as cautelas, para não a converter em valhacouto dos maus e escândalo dos bons.” (Barbosa, Ruy – Comentários à Constituição Federal Brasileira. São Paulo: Saraiva, 1933, v. III, p. 257)
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