Executivos da Odebrecht relataram à PGR, em acordo de delação, que a empreiteira pagou propina a diversos políticos para conseguir a aprovação do Projeto de Resolução do Senado (PRS) 72/2010, que previa a redução e uniformização da alíquota do ICMS entre estados.

Fontes disseram a O Antagonista que o projeto “nasceu” no gabinete de Guido Mantega e virou prioridade para Dilma Rousseff. Numa reunião com empresários no Palácio do Planalto, em março de 2012, o próprio Marcelo Odebrecht manifestou-se publicamente a favor do projeto.

“O governo pode contar conosco na luta pela aprovação da resolução 72”, disse.

Um dos políticos beneficiados pela Odebrecht teria sido o então presidente da Comissão de Assuntos Econômicos, Delcídio do Amaral, que relatou a matéria. Ao dar parecer positivo, ele embolsou R$ 500 mil, segundo os delatores.

Procurado por O Antagonista, Delcídio negou ter recebido qualquer ajuda financeira da Odebrecht.

“Não sou santo, mas nesse caso não existiu ajuda financeira. Havia um orientação do governo para que aprovássemos o projeto e eu tinha a convicção de que ele ajudaria a economia. Se houve acerto, eu não participei.”