Exclusivo: o interesse dos irmãos Batista e de ex-OAS na sucessão de Lira
Disputa pela Presidência da Câmara também vislumbra capacidade empresarial de influenciar rumos das políticas de exploração de gás natural no país
Como Crusoé apontou, em dezembro de 2023, na reportagem “Um choque de anticapitalismo” e na matéria de capa “De volta para o passado”, o governo Lula vem garantindo lucros aos irmãos Batista às custas dos brasileiros.
Após aprovar uma medida provisória de socorro ao caixa da Amazonas Energia para cobrir os pagamentos pela empresa às termelétricas recém-compradas pela Âmbar, braço de energia da J&F Investimentos, o Ministério de Minas e Energia relativizou o aumento na conta de luz provocado pela MP, tratando os valores como “irrisórios”
Agora, os irmãos se preparam para um passo maior: influenciar na disputa pela Presidência da Câmara dos Deputados. Parlamentares com acesso direto ao Palácio do Planalto ouvidos por O Antagonista ao longo desta semana foram informados de que os dois pretendem apoiar o candidato governista na disputa pela cadeira de Arthur Lira (PP-AL). Neste momento, esse candidato, para os Batista, trata-se do líder do Republicanos, Hugo Motta (PB).
A história foi discutida com parlamentares em pelo menos dois encontros realizados nesta semana e O Antagonista conversou com cinco deputados influentes do chamado Centrão em condição de anonimato. Dois deles têm acesso direto ao presidente da Casa.
Disputa pelo setor de gás envolvendo os irmãos Batista
Conforme apurou este portal, o interesse da dupla estaria ligado, diretamente, à capacidade de influenciar na tramitação de projetos de lei do setor energético e exploração e gás. Somente para lembrar, em julho deste ano, a Eletobras assinou acordo para a venda de seu portfólio de termelétricas a gás natural para a Âmbar Energia – empresa que faz parte do conglomerado da J&F Investimentos. O plantel da Eletrobras elevou a capacidade de operação da Âmbar para 4,6 GW (gigawatts) de potência. O investimento foi de 4,7 bilhões de reais.
Outro empresário do setor de energia, conforme apurou este site, também teria manifestado interesse em apoiar um outro candidato à Presidência da Câmara: Carlos Suarez, o “S” da OAS – ex-executivo da empreiteira.
Empresário influente na política baiana, Suarez é ligado umbilicalmente a Elmar Nascimento, líder do União Brasil. Deputados ouvidos por este portal apontam que o parlamentar baiano vendeu esse apoio como um de seus ativos na disputa pela cadeira de Lira.
Tornou-se corriqueiro nos corredores da Câmara o lobby de empresários do setor de gás em prol da interiorização da construção de gasodutos no país – principalmente no Sudeste e Centro-Oeste. A ideia sempre foi, por meio de jabutis, se criar demandas específicas para o setor. Um exemplo seria o incentivo de produção de energia por meio das chamadas térmicas inflexíveis – aquelas que ficam ligadas 100% do tempo.
Durante a tramitação da MP de Privatização da Eletrobras o lobby da indústria de gás prevaleceu, mas a duras penas. Quando a MP chegou na Câmara, foi incluído um “jabuti” para determinar uma reserva de mercado de 8 gigawatts (GW) para térmicas a gás. O relator do texto foi hoje, justamente, Elmar Nascimento.
Papo Antagonista: Irmãos Batista vão levar todas?
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