A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Atos Antidemocráticos na Câmara Legislativa do DF começa a série de depoimentos nesta quinta-feira (2). A comissão do Distrito Federal vai investigar os atos de vandalismo ocorridos nos dias 12 de dezembro e de 8 de janeiro em Brasília.

O ex-número 2 da Segurança no DF Fernando de Souza Oliveira e a ex-subsecretária de Inteligência Marília Ferreira Alencar serão os primeiros a serem ouvidos pelos deputados distritais amanhã, a partir das 10h.

Em seu depoimento à Polícia Federal, Fernando disse acreditar que houve erros na execução da Polícia Militar no plano de segurança para a Esplanada dos Ministérios, nos ataques às sedes dos Três Poderes no dia 8 de janeiro.  O delegado chefiava a pasta interinamente, durante a viagem de férias de Anderson Torres aos Estados Unidos.

“[…]Que no tocante a afirmação de sabotagem realizada pelo Governador Ibaneis, este declarante acredita em erro na execução do plano operacional pela Polícia Militar do DF”, diz trecho do depoimento do delegado.

À PF, o ex-secretário interino de Segurança reclamou que Torres não lhe enviou qualquer informação sobre o plano de segurança e sequer o apresentou às Forças de Segurança do DF antes de viajar.

Marília Ferreira Alencar, que foi chamada para assumir a subsecretaria de Inteligência por Torres, afirmou à Polícia Federal que a PMDF, a Polícia Civil, Corpo de Bombeiros, STF, Senado e outros órgãos, que participavam de grupo de WhatsApp onde eram compartilhadas informações colhidas pela Secretaria de Segurança, sabiam da movimentação dos manifestantes bolsonaristas desde o dia 6 de janeiro.

Na reunião de amanhã, o presidente da CPI, deputado Chico Vigilante (PT), deve apresentar requerimento à comissão para que George Washington de Oliveira Sousa, Alan Diego dos Santos e Wellington Macedo de Oliveira – acusados de tentar explodir um caminhão tanque em Brasília, no dia 24 de dezembro – prestem depoimentos aos deputados. O líder indígena José Acácio Serere Xavante, preso pela PF por convocar pessoas armadas para impedir a diplomação de Lula, também deve ser chamado pelos distritais.