Ex-fuzileiro assume milícia no Rio
Paulo David, o Naval, é também suspeito de matar o ex-vereador Jerominho
Após a morte de Rui Paulo Gonçalves Estevão, conhecido como “Pipito”, Paulo David Guimarães Ferraz Silva, o “Naval”, assumiu a liderança da maior milícia do estado do Rio de Janeiro. Naval também é suspeito de envolvimento na morte do ex-vereador Jerônimo Guimarães Filho, o Jerominho.
O delegado João Valentim, titular da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas e Inquéritos Especiais (Draco/IE), confirmou à imprensa local carioca que as investigações apontam para Naval como o novo líder da organização criminosa, anteriormente comandada por Luiz Antônio Braga, o Zinho, preso desde dezembro de 2023.
Naval ganhou seu apelido devido ao seu passado como fuzileiro naval, tendo ingressado na Marinha em 2012. Após deixar a corporação, ele se envolveu com a milícia, sendo denunciado em 2023 pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) pelo envolvimento na execução de Jerominho e seu cunhado, Maurício Raul Atallah, em agosto de 2022.
Segundo a denúncia, Jerominho foi assassinado em uma tentativa de retomar o comando da milícia da Zona Oeste, que fundou e perdeu o controle após um longo período preso entre 2007 e 2018. Naval, junto com outros milicianos, foi apontado como executor do crime, que ocorreu na Estrada Guandu Sapé, em Campo Grande.
A milícia da Zona Oeste é conhecida por práticas de extorsão e cobrança de taxas de segurança de comerciantes e moradores. Após a morte de Jerominho, a liderança ficou com Luiz Antônio Braga, o Zinho.
Morte de Pipito
Pipito morreu no último dia 7, em um confronto com policiais civis na Favela do Rodo, em Santa Cruz. Após sua morte, três ônibus foram sequestrados e usados como barricadas na Avenida Antares, com um deles incendiado. Esta prática de represália é comum entre os milicianos, exemplificada pelo ataque coordenado por Pipito em outubro de 2023, resultando na queima de 35 ônibus em resposta à morte de Matheus da Silva Rezende, o “Faustão”.
Zinho se entregou à Polícia Federal em dezembro de 2023, após negociações. Foragido desde 2018, ele tinha 12 mandados de prisão expedidos pela Justiça.
A liderança de Paulo David Guimarães Ferraz Silva, o Naval, marca uma nova fase na maior milícia do estado do Rio de Janeiro. Com histórico de violência e envolvimento em assassinatos de figuras importantes, a milícia da Zona Oeste permanece uma ameaça aos moradores da região.
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