Ex-chefe da FAB rebate Ciro Nogueira: “tenta ganhar apoio para 2026”
Troca de farpas aconteceram depois que o senador acusou Baptista Júnior de prevaricação após não ter denunciado trama golpista de Bolsonaro
O ex-comandante da Força Aérea Brasileira (FAB) Carlos Almeida Baptista Júnior rebateu o senador Ciro Nogueira (PP-PI), que acusou o militar de prevaricação. Em depoimento à Polícia Federal, Baptista Júnior admitiu que participou de uma reunião com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) onde lhe foi apresentada a chamada minuta do golpe.
Ministro da Casa Civil do governo Bolsonaro, Ciro Nogueira afirmou que o militar prevaricou por não ter denunciado a trama golpista. O ex-comandante da FAB retrucou que o senador tenta ganhar apoio para as eleições de 2026.
“O general mais importante do país, tão cioso da Democracia, em dezembro de 2022, sairia de qualquer reunião imprópria, denunciaria qualquer conluio e teria absoluto apoio da sociedade brasileira”, disse Nogueira.
O senador também afirmou que, caso Bolsonaro tivesse sido reeleito nas eleições de 2022, Baptista Júnior seguiria “batendo continência” a ele. O ex-chefe da Aeronáutica respondeu que o senador desconhece as leis a respeito da continência militar.
“Ao tentar apoio para as eleições de 2026, o senador Ciro Nogueira agride a instituição militar e demonstra desconhecer a LEI brasileira, que estabelece que a continência militar é devida às autoridades, não às pessoas”, rebateu.
Prisão de Bolsonaro
Em depoimento à Polícia Federal, o ex-chefe da Aeronáutica Baptista Júnior afirmou que o general Freire Gomes, que comandava o Exército, ameaçou Bolsonaro de prisão caso o ex-presidente seguisse com o plano golpista. A fala teria ocorrido em uma reunião no Palácio da Alvorada e na ocasião Bolsonaro teria apresentado os comandantes das Forças Armadas a chamada minuta do golpe.
Na última sexta-feira, 15, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), derrubou o sigilo de parte dos depoimentos que compõem a investigação.
“Depois de o Presidente da República, JAIR BOLSONARO, aventar a hipótese de atentar contra o regime democrático, por meio de algum instituto previsto na Constituição (GLO ou Estado de Defesa ou Estado de Sítio), o então Comandante do Exército, General FREIRE GOMES, afirmou que caso tentasse tal ato teria que prender o Presidente da República”, diz trecho do depoimento de Baptista Júnior.
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