Assessora de Telmário admitiu ter monitorado ex-esposa do parlamentar
Em coletiva de imprensa nesta segunda-feira, 30, a Polícia Civil de Roraima revelou que Cleidiane Gomes da Costa, assessora de Telmário Mota, admitiu ter monitorado...
Em coletiva de imprensa nesta segunda-feira, 30, a Polícia Civil de Roraima revelou que Cleidiane Gomes da Costa, assessora do ex-senador Telmário Mota, admitiu ter monitorado Antônia Araújo de Sousa, assassinada com um tiro na cabeça no dia 29 de setembro, a mando do ex-senador. Segundo o depoimento, ela usou um carro alugado pelo ex-parlamentar para acompanhar a rotina de Antônia.
“Ela tem relação, ela tem participação, ela confirmou que monitorou a vítima nos dias que antecederam o fato, ela confirmou que utilizou um veículo específico e locado para o senador. Ela confirmou que passava informações diretamente ao senador, acerca não apenas do monitoramento, mas do cotidiano da vítima e da filha da vítima”, declarou o delegado João Evangelista, responsável pelas investigações.
A polícia emitiu mandados de prisão contra Telmário Mota, seu sobrinho Harrison Nei Correa Mota, e um indivíduo chamado Leandro Luz, acusado de efetuar o homicídio. Cleidiane Gomes da Costa também foi detida e está sob vigilância eletrônica após a operação.
A investigação apontou para um encontro na fazenda Caçada Real, propriedade de Mota, onde se decidiu o destino de Antônia. O nome da operação faz referência a este local associado ao planejamento e preparação do crime.
“Muitos elementos de informação indicando que houve um planejamento da execução, houve uma logística necessária, o nome da operação se reporta a um local onde houve não apenas o planejamento, não apenas reunião do grupo como também até um treinamento antes da execução”, explicou o delegado.
Telmário Mota foi declarado foragido após buscas sem sucesso em Brasília. A polícia descobriu que uma moto usada no dia do homicídio foi comprada pelo sobrinho do ex-senador e repassada aos executores do crime por Cleidiane.
Antônia foi assassinada dias antes de testemunhar em um caso onde o ex-senador é réu. A juíza do caso a considerava uma testemunha importante. Segundo o delegado Evangelista, o assassinato de Antônia beneficiaria Mota, que é acusado de estupro da própria filha em outro processo.
O medo de retaliação entre testemunhas tem complicado as investigações, que contam com o apoio do Grupo de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). A polícia ainda busca o condutor da moto utilizada no crime e a arma, que é suspeita de ser uma pistola. Enquanto isso, Mota e seu sobrinho continuam não localizados, com as investigações em curso.
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