Auditores fiscais querem interpelar judicialmente ex-advogada de Flávio Bolsonaro
Unafisco sinalizou que tomará medidas severas contra Bierrenbach após acusações de investigações ilegais conduzidas por auditores da Receita Federal.
A Associação dos Auditores Fiscais afirmou nesta quinta-feira, 18, que vai apresentar uma representação criminal contra Juliana Bierrenbach, ex-advogada do senador Flávio Bolsonaro, por ela ter dito em gravação que há uma “organização criminosa” dentro da Receita Federal.
“As acusações são extremamente graves e potencialmente danosas à reputação dos auditores fiscais e da instituição”, informou a entidade em nota.
“Como as declarações de Bierrenbach foram feitas em contexto público, a Unafisco entende que a advogada não estava protegida pela imunidade profissional da OAB, uma vez que, como a ela própria admitiu, não representava mais o senador Flávio Bolsonaro”, acrescentou a Unafisco.
“Diante da gravidade das acusações, a Unafisco Nacional assegura que não hesitará em tomar todas as medidas legais, civil e criminalmente, para proteger a reputação dos auditores fiscais”, acrescentou a entidade.
Declarações da ex-advogada de Flávio Bolsonaro levam a ação da Unafisco
Em entrevista ao portal Metrópoles, a ex-advogada de Flávio Bolsonaro negou que tivesse conhecimento que estava sendo gravada pelo ex-delegado e agora deputado federal Alexandre Ramagem.
“Eu não tinha a mais remota ideia disso [de que estava sendo gravada]. Até porque, no início da reunião, foi pedido que nós deixássemos nossos celulares em algum lugar, não lembro exatamente onde foi, que nós deixássemos na entrada. Eu imaginei que a reunião não estivesse sendo gravada. Não tinha a menor ideia”, contou ela em entrevista ao site.
Durante a reunião no Palácio do Planalto, ela disse que existia uma organização criminosa dentro da Receita Federal.
Contexto político e jurídico: Um cenário turbulento
O então-presidente Jair Bolsonaro relativizou o crime de tráfico de influência em reunião com advogados sobre blindar seu filho, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), de denúncias sobre rachadinha.
Segundo a PF, a gravação foi feita pelo hoje deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), então diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin).
O material foi liberado ao público nesta segunda-feira, 15 de julho, pelo ministro Alexandre de Moraes (foto), do Supremo Tribunal Federal (STF), como parte dos autos do inquérito da Abin paralela.
“Ninguém gosta de tráfico de influência. A gente quer fazer justiça”, disse Bolsonaro às advogadas Luciana Pires e Juliana Bierrenbach, representantes de Flávio.
Embora o relatório tenha colocado a última palavra da frase do ex-presidente como “inaudível”, a palavra “justiça” é audível no arquivo de áudio.
Também participaram da reunião Ramagem e o então chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno.
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