EUA dirão à PF se Bolsonaro usou cartões falsos
Os investigadores acionaram o Departamento de Justiça dos EUA para saber se Bolsonaro usou o cartão de vacina em solo americano
A Polícia Federal pediu informações ao Departamento de Justiça dos Estados Unidos da América (EUA) para saber se o ex-presidente Jair Bolsonaro, o ex-ajudante de ordens Mauro Barbosa Cid e outros investigados usaram cartões de vacina falsos para entrarem no país norte-americano no fim de 2022. A PF pediu nesta terça-feira, 19, o indiciamento dos investigados pelas supostas fraudes no sistema de imunização contra a Covid-19.
“A investigação aguarda os dados decorrente do Auxilio Jurídico em matéria penal solicitado junto ao Departamento de Justiça dos Estados Unidos – DOJ, que podem esclarecer se os investigados fizeram uso dos certificados de vacinação ideologicamente falsos quando da entrada e estadia no território norte-americano, podendo configurar novas condutas ilícitas”, diz o documento obtido por O Antagonista.
Os investigadores acionaram o Departamento de Justiça norte-americano porque, em 30 de dezembro de 2022, véspera de encerrar o mandato, o então presidente Jair Bolsonaro viajou para os EUA em avião presidencial. Ele permaneceu no país até março de 2023, já no governo Lula (PT).
Comprovante
Naquele momento, os EUA exigiam comprovante de vacinação contra a Covid para liberar o acesso de estrangeiros ao país. A defesa de Bolsonaro afirma que, como chefe de Estado, o presidente não precisaria ter apresentado o documento.
No entanto, ainda não se sabe se Bolsonaro, após o final do seu mandato, teve de apresentar documentos nesse sentido em algum momento. Com o indiciamento, o caso passa às mãos da Procuradoria-Geral da República (PGR), que vai avaliar se há elementos suficientes para denunciar os investigados à Justiça.
Bolsonaro deu a ordem, disse Cid à PF
Como mostramos, a PF decidiu indiciar o ex-presidente por associação criminosa e inserção de dados falsos em sistema de informações na investigação sobre seu cartão de vacinação.
Segundo o relatório da PF sobre o caso, o coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, atribuiu ao ex-presidente a ordem para adulterar os registros do Sistema Único de Saúde (SUS).
“O colaborador MAURO CESA BARBOSA CID afirmou que o então Presidente da República ao tomar conhecimento de que MAURO CESAR CID possuía cartões de vacinação contra a Covid-19 em seu nome e em nome de seus familiares, ordenou que o colaborador fizesse as inserções para obtenção dos cartões ideologicamente falsos para ele e sua filha LAURA”, diz o documento.
O relatório segue: “Diante disso, MAURO CESAR CID, utilizando o mesmo modus operandi, solicitou a AILTON BARROS as inserções de dadas falsos de vacinação contra a Covid-19 nos sistemas do Ministério da Saúde, em benefício de JAIR MESSIAS BOLSONARO e LAURA FIRMO BOLSONARO. O colaborador ainda afirmou que imprimiu os certificados e entregou em mãos ao então Presidente da República JAIR MESSIAS BOLSONARO”.
Cid disse ainda que entregou os cartões “em mãos” a Bolsonaro.
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