“Eu não diria um impeachment, mas seríssimas dificuldades”
Na entrevista à Folha em que criticou as declarações ofensivas de Jair Bolsonaro contra líderes de outros países, Fernando Collor também projetou dificuldades para o atual presidente...
Na entrevista à Folha em que criticou as declarações ofensivas de Jair Bolsonaro contra líderes de outros países, Fernando Collor também projetou dificuldades para o atual presidente.
Collor disse que a situação de Bolsonaro é diferente da sua quando governou o país, mas deu a entender que o presidente terá problemas caso não construa uma sólida base de apoio no Congresso.
“O que me preocupa é o fato de a base do governo no Congresso não estar constituída. Nós estamos com oito meses [de governo] e não temos uma definição clara sobre quem é base e quem é oposição. Não podemos levar em conta, para calcular a base, a votação da Reforma da Previdência na Câmara. Aquilo não foi fruto de apoio do governo, mas de uma grande articulação feita e coordenada pelo presidente Rodrigo Maia. Então, me preocupa essa maioria não estar bem delineada. É uma regra básica e fundamental, mas às vezes as pessoas se descuidam. Num sistema presidencialista como o nosso, não se consegue governo sem uma maioria dentro do Congresso. Ou se tem essa maioria, ou não se governa”, afirmou Collor.
Perguntado sobre a possibilidade de impeachment, Collor respondeu:
“Eu acho que a palavra impeachment ficou um pouco corriqueira no Brasil. Não sem justificadas razões, porque já foi empregado duas vezes num período muito curto. Eu não diria um impeachment. Mas eu diria seríssimas dificuldades, que não saberia se ele [Bolsonaro] teria condições de superar.”
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