Estudo revela presença de microplásticos nas praias de Pernambuco
Um estudo revelou níveis alarmantes de microplásticos em praias de Pernambuco e Lima no Peru.
Um recente estudo desenvolvido pela Universidade de Pernambuco (UPE) revelou a preocupante presença de microplásticos em diversas praias do estado. A pesquisa, assinada pelo professor Múcio Banja e pela pesquisadora Jéssica Mendes, começou em 2022 e analisou amostras que continham 1.406 partículas de microplásticos.
Dentre os tipos de microplásticos encontrados, o nylon azul foi o mais significativo, representando 63% do total. As praias estudadas, incluindo a praia do Paiva, mostraram altos níveis de contaminação, sendo esta última a mais afetada de todas.
Origem dos Microplásticos
Jéssica Mendes explica que os microplásticos encontrados têm origem principalmente na água descartada durante o processo de lavagem de roupas. “Se fosse microplástico proveniente do turismo, encontraríamos fragmentos de garrafas pet, por exemplo”, compara a pesquisadora.
O estudo também procurou correlacionar a presença de microplásticos com fatores como as correntes marinhas e a influência de rios locais, como o Jaboatão, que desagua na praia do Paiva, e o Tatuoca, na praia de Suepe.
Como os Microplásticos Afetam o Ecossistema?
De acordo com os resultados, a presença de microplásticos está diretamente associada à dinâmica costeira. A praia do Paiva revelou-se uma área particularmente sensível aos impactos antrópicos, ou seja, ações realizadas pelo homem.
- Alto volume de microplásticos encontrados nos peixes
- Contaminação da corrente sanguínea humana
- Bioacumulação em espécies marítimas como as esponjas e tartarugas
Impactos na Saúde Humana
Estudos anteriores já identificaram a presença de microplástico no leite materno, no intestino e até nas fezes humanas. Jéssica Mendes aponta que, apesar desses achados alarmantes, os estudos ainda não avançaram para diagnosticar as consequências dessa contaminação.
Múcio Banja ressalta que os microplásticos podem entrar no organismo dos peixes e, consequentemente, nos seres humanos que consomem esse tipo de alimento. “Há estudos que mostram como o microplástico pode circular pela corrente sanguínea, causando problemas de má circulação”, afirma o professor.
Quais Espécies Animais São Afetadas?
Além dos seres humanos, os microplásticos também têm um impacto significativo nas espécies animais. Múcio Banja exemplifica como as esponjas marítimas, que absorvem esses microplásticos, podem servir de alimento às tartarugas marinhas. As tartarugas, ao ingerirem essas esponjas contaminadas, bioacumulam o microplástico em seu organismo.
Esse tipo de contaminação pode afetar a saúde das tartarugas, provocando desde problemas digestivos até complicações mais sérias.
Por Que a Praia do Paiva É a Mais Afetada?
A pesquisa sugere que a combinação da ação das correntes marinhas e a influência das águas fluviais do rio Jaboatão fazem da praia do Paiva uma área com alta concentração de microplásticos. “A dinâmica costeira e a intervenção humana tornaram essa praia especialmente vulnerável”, destaca Jéssica Mendes.
Os pesquisadores continuam seus estudos para melhor entender a extensão dos impactos dos microplásticos não só na saúde humana, mas também no ecossistema marinho.
O trabalho desenvolvido pela UPE é fundamental para alertar sobre a gravidade da poluição por microplásticos e para incentivar ações que combatam essa ameaça ambiental crescente.
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