Especialistas apontam preocupação com a dengue em 2025
O avanço das doenças causadas por arboviroses no Brasil e o papel das mudanças climáticas no aumento das infecções, além de estratégias de combate e desafios futuros.
A crescente disseminação de doenças causadas por arboviroses no Brasil tem colocado em alerta órgãos de saúde e a população. No ano de 2024, as infecções por dengue atingiram patamares alarmantes, ao passo que outras doenças, como o oropouche, têm levado o Ministério da Saúde a intensificar seus esforços para conter o impacto no ano seguinte.
O oropouche, menos conhecido em comparação à dengue, chikungunya e zika, é transmitido pelo inseto conhecido como maruim. Desde sua identificação no Brasil nos anos 60, foi vista como rara e restrita a certas áreas. Contudo, sua disseminação tem crescido, com milhares de casos agora confirmados em estados como o Espírito Santo.
Qual é o impacto do oropouche na saúde pública do Brasil?
A disseminação do oropouche é alarmante não apenas pelo número crescente de casos, mas também pela gravidade dos sintomas. Semelhante à dengue, apresenta dores musculares e cefaleia, com o agravante da transmissão vertical. Esse tipo de transmissão pode levar a malformações congênitas e até óbitos, se o vírus for passado da gestante para o feto.
No Ceará, a Fundação Oswaldo Cruz relatou uma morte fetal associada ao oropouche, e no Acre, malformações estão sendo investigadas. Ocorrências graves também são registradas entre adultos, com casos fatais na Bahia e Maranhão.
De que forma a crise climática impacta as arboviroses?
Especialistas destacam que as mudanças climáticas têm um papel importante na intensificação das arboviroses. Alterações nos padrões de chuva e temperatura propiciam condições ideais para a reprodução de vetores como o Aedes Aegypti e o maruim, causadores de doenças como a dengue e o oropouche. Aproximadamente 19% dos casos atuais são diretamente vinculados às mudanças climáticas, com a previsão de agravamento até 2050.
Após a pandemia, as atividades de prevenção domésticas não foram retomadas completamente, agravando os riscos de uma crise sanitária no próximo verão.
Quais ações estão sendo aplicadas contra as arboviroses?
Em resposta ao aumento das arboviroses, o governo brasileiro alocou recursos expressivos para combater essas doenças. Estão sendo adotadas técnicas tradicionais, como o uso de inseticidas e campanhas educativas, juntamente com inovações, como a liberação de mosquitos estéreis em cidades selecionadas. Além disso, uma nova vacina desenvolvida pelo Instituto Butantan está em fase de desenvolvimento.
Essas ações têm como objetivo não apenas reduzir a reprodução do Aedes e do maruim, mas também preparar o país para futuros desafios relacionados a essas doenças.
Qual é o futuro das estratégias para combater as arboviroses?
Com a expectativa de crescentes desafios de saúde pública, a pesquisa contínua e o desenvolvimento são essenciais para evitar crises emergenciais semelhantes à do surto de zika em 2015. Compreender a transmissão e evolução dessas doenças exige um cuidado entre ciência, políticas públicas e respostas às mudanças climáticas.
O governo e instituições científicas mantêm-se vigilantes, traçando estratégias para enfrentar as doenças existentes e manter-se preparados para novos problemas que possam surgir neste cenário complexo e dinâmico.
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