Especialista de Harvard faz alerta sobre homens biológicos em esportes femininos
Carole Hooven, professora de biologia da prestigiosa universidade americana, discute a presença de homens biológicos no esporte feminino
Carole Hooven, bióloga e professora aposentada de Harvard, publicou um longo ensaio na rede X nesta sexta, 2 de agosto, discutindo as complicações de atletas masculinos com condições que afetam o desenvolvimento sexual competindo em categorias femininas.
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A polêmica sobre a justiça nas competições femininas ganhou destaque recente quando a boxeadora italiana Angela Carini abandonou uma luta nas Olimpíadas de Paris contra a argelina Imane Khelif, que não passou em um teste de gênero em 2023. Khelif foi considerada elegível para competir em Paris, apesar de ser desclassificada anteriormente por não cumprir as regras da International Boxing Association que impedem atletas com cromossomos XY de competir em eventos femininos.
Hooven destaca a importância de tratar as pessoas com essas condições, como Imane Khelif da Argélia, com “compaixão e compreensão”, sublinhando os desafios enfrentados por esses indivíduos e suas famílias. No entanto, ela argumenta que quando homens com essas condições competem em categorias femininas, surgem questões importantes sobre segurança e justiça no esporte.
Puberdade
Hooven explica que atletas com condições que resultam em desenvolvimento sexual diferente geralmente têm “testículos (geralmente internos), cromossomos sexuais XY, níveis de testosterona típicos masculinos e receptores de andrógenos funcionais”. Durante a puberdade, esses níveis elevados de testosterona proporcionam benefícios físicos que se traduzem em vantagens atléticas.
Um caso específico citado é o da deficiência de 5-alfa-redutase (5-ARD), uma condição em que o corpo não consegue converter testosterona em di-hidrotestosterona (DHT), um andrógeno mais potente. Essa deficiência leva ao desenvolvimento de genitália externa feminina ao nascer, o que pode resultar em uma atribuição de sexo feminina. Hooven detalha que, apesar de serem socializados e identificados como mulheres, “eles são biologicamente masculinos”.
Segundo Hooven, a necessidade de reduzir os níveis de testosterona desses atletas para valores femininos típicos não é discriminatória, pois “esses são homens que estão pedindo para competir na categoria feminina”. “Toda a evidência científica relevante mostra que reduzir o hormônio T masculino na idade adulta não desfaz os benefícios físicos da puberdade masculina”.
Testosterona
Hooven cita um estudo de Shalendar Bhasin, um renomado pesquisador na área, que investigou os efeitos da supressão do DHT na massa muscular, força e função sexual. O estudo revelou que a testosterona não precisa ser convertida em DHT para exercer seus efeitos anabólicos típicos. Os participantes que receberam um bloqueador de DHT não apresentaram diferenças significativas em massa muscular, força ou massa corporal magra em comparação com aqueles que não receberam o bloqueador.
Essa informação é crucial, pois demonstra que a presença de testosterona, mesmo sem DHT, ainda proporciona vantagens físicas significativas. “A massa livre de gordura e a massa corporal magra aumentaram de maneira dependente da dose nos grupos de placebo e dutasterida”, afirma o estudo.
Carole Hooven conclui sua postagem afirmando que a ciência sustenta que homens com essas condições, incluindo aqueles com 5-ARD, mantêm vantagens físicas sobre as mulheres, mesmo com a supressão do DHT.
Quem é Carole Hooven
Carole Hooven é uma bióloga americana e professora aposentada da Universidade Harvard. Conhecida por seu trabalho sobre testosterona e seu impacto no comportamento humano, Hooven é autora do livro “T: A História da Testosterona, o Hormônio que Domina e Divide“.
Em janeiro de 2023, ela se aposentou de Harvard, citando a intolerância cultural da instituição como motivo de sua saída. Ela é atualmente uma pesquisadora sênior no American Enterprise Institute e membro ativo do Conselho de Liberdade Acadêmica da Universidade Harvard.
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