Envolvidos no esquema de ônibus com o PCC viram réus
Os réus foram acusados pelo Ministério Público pelos crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro, extorsão e apropriação indébita
A Justiça de São Paulo decidiu aceitar a denúncia feita pelo Ministério Público e tornou réus 19 indivíduos no caso da Operação Fim da Linha.
Eles serão julgados por supostamente estarem envolvidos em um esquema de lavagem de dinheiro que teria sido utilizado pela facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) no sistema de transporte público de São Paulo através das empresas Upbus e Transwolff.
Os réus foram acusados pelo Ministério Público pelos crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro, extorsão e apropriação indébita. Devido ao sigilo em torno da operação, os nomes dos acusados não foram divulgados nem pelo Ministério Público nem pela Justiça.
Operação Fim da Linha
A Operação Fim da Linha foi deflagrada na semana passada e resultou na prisão de sete pessoas. Uma oitava pessoa foi presa ontem na Operação Munditia. Durante as ações, foram apreendidas 11 armas, 813 munições diversas, R$ 161 mil em espécie, além de computadores, HDs, pen drives, dólares e barras de ouro.
De acordo com a denúncia apresentada pelo Ministério Público, os envolvidos utilizaram o serviço de transporte público por ônibus na capital para ocultar a origem ilegal dos ativos e do capital provenientes do tráfico de drogas, roubos e outros crimes.
Envolvimento do PCC
A investigação revelou que, entre os anos de 2014 e 2024, um indivíduo responsável por coordenar as atividades de tráfico do PCC e outra pessoa injetaram mais de R$ 20 milhões em recursos ilícitos em uma cooperativa de transporte público da zona leste, que posteriormente se transformou na empresa Upbus. Essa ação possibilitou a participação da empresa em uma licitação promovida pela prefeitura de São Paulo em 2015. Ambas as pessoas envolvidas faziam parte do quadro societário da Upbus.
No caso da Transwolff (TW), entre os anos de 2008 e 2023, dez indivíduos foram acusados de constituir e integrar uma organização criminosa. Eles utilizaram o grupo econômico TW/Cooperpam para cometer os crimes de apropriação indébita, extorsão, lavagem de dinheiro e fraudes em licitações. Estima-se que cerca de R$ 54 milhões provenientes do tráfico de drogas tenham sido lavados através dessa empresa de transporte, que também precisava dos recursos para se qualificar nas licitações.
Ambas as empresas sofreram intervenção por parte do município. Em uma edição extraordinária publicada na semana passada no Diário Oficial do município, o prefeito Ricardo Nunes decretou a intervenção, informando que a prefeitura, por meio da SPTrans, assumiria o controle das linhas.
“Doa a quem doer”
O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) anunciou durante um evento realizado nesta terça-feira, 16, que serão realizadas novas operações contra o crime organizado no estado de São Paulo.
A declaração foi feita enquanto comentava uma operação recente que resultou na prisão de 13 pessoas investigadas por supostamente fraudar licitações de câmaras municipais e prefeituras em diferentes regiões do estado. Segundo o Ministério Público do Estado de São Paulo, as empresas envolvidas têm ligações com o PCC.
“É mais uma operação, acontecerão outras. Outras estão sendo gestadas e esse combate ao crime organizado não vai cessar, doa a quem doer, esteja onde estiver“, disse Tarcísio.
As operações do Ministério Público sempre são realizadas em conjunto com as forças policiais. De acordo com o governador, a Polícia Militar também realiza investigações por meio do seu centro de inteligência, o que traz um alto nível de investigação e interação.
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