Entidade critica foto do governo em homenagem ao Dia do Agricultor
O Sindicato Nacional dos Peritos Federais Agrários (SindPFA) emitiu uma nota de repúdio após a Secom (Secretaria Especial de Comunicação Social) do governo Bolsonaro publicar hoje no Twitter a foto de um homem armado em homenagem ao Dia do Agricultor...
O Sindicato Nacional dos Peritos Federais Agrários (SindPFA) emitiu uma nota de repúdio após a Secom (Secretaria Especial de Comunicação Social) do governo Bolsonaro publicar hoje no Twitter a foto de um homem armado em homenagem ao Dia do Agricultor.
No comunicado, o SindPFA afirmou que “isso, definitivamente, não é o que define um agricultor”.
“A manifestação é uma demonstração indigna de quem tomou o lado do escravagista, do jagunço, do capitão do mato, do grileiro e do desmatador, que ignora a realidade de um país que ainda não se reconciliou com seu passado, marcado pela destinação da terra a endinheirados, marginalizando a população”, diz outro trecho da nota.
Segundo o Sindicato Nacional dos Peritos Federais Agrários, a imagem mostra o “desprezo sistemático por políticas afirmativas como a reforma agrária”.
Leia abaixo a íntegra da nota:
“O Sindicato Nacional dos Peritos Federais Agrários (SindPFA) manifesta veemente repúdio à forma com que o governo federal resolveu celebrar, nesta quarta-feira, 28 de julho, o Dia do Agricultor.
A Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência da República publicou em suas redes uma imagem que é vendida em bancos de imagem com a seguinte descrição “Silhueta de caçador carregando espingarda no ombro e observando”. Isso, definitivamente, não é o que define um agricultor.
A manifestação é uma demonstração indigna de quem tomou o lado do escravagista, do jagunço, do capitão do mato, do grileiro e do desmatador, que ignora a realidade de um país que ainda não se reconciliou com seu passado, marcado pela destinação da terra a endinheirados, marginalizando a população.
É mais uma prova do desprezo sistemático por políticas afirmativas como a reforma agrária, não obstante os sérios problemas ainda enfrentados na democratização do acesso à terra, na preservação de recursos naturais e de trabalho escravo.
É, sobretudo, um escárnio para com as muitas famílias e vítimas da violência no campo, como as do massacre de Eldorado dos Carajás, que completou 25 anos recentemente.
Nosso reconhecimento aos verdadeiros agricultores, homens e mulheres que se dedicam ao cultivo da terra e que – com ferramentas de trabalho, e não armas de fogo – levam às nossas mesas o alimento de cada dia.”
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