Entenda o motim dos policiais militares no Ceará
Desde a madrugada de terça-feira (18) para quarta (19), policiais e bombeiros militares do Ceará fazem motim contra a proposta de reajuste salarial apresentado pelo governo do estado, comandado pelo petista Camilo Santana. O impasse entre o governo local e a categoria, no entanto, começou em dezembro de 2019...
Desde a madrugada de terça-feira (18) para quarta (19), policiais e bombeiros militares do Ceará fazem motim contra a proposta de reajuste salarial apresentado pelo governo do estado, comandado pelo petista Camilo Santana.
O impasse entre o governo local e a categoria, no entanto, começou em dezembro de 2019. No dia 5 daquele mês, militares organizaram o primeiro ato reivindicando melhores salários.
Na virada do ano, o Executivo anunciou um pacote de reajustes, aumentando a remuneração de soldados de R$ 3,4 mil para R$ 4,2 mil em parcelas até 2022. A proposta não agradou os militares, que fizeram protestos, no início de fevereiro, pedindo aumento superior ao sugerido pelo governo.
Após nova rodada de negociações, o governo cearense apresentou, em 13 de fevereiro, a segunda proposta de reajuste salarial, fixando a remuneração dos soldados em R$ 4,5 mil. O aumento seria feito em três parcelas até 2022. Um grupo dissidente permaneceu insatisfeito, porque queria que o reajuste fosse realizado em uma única parcela ainda este ano.
A proposta foi entregue para a Assembleia Legislativa do Ceará nesta terça-feira. A reação dos policiais e bombeiros foi imediata. Encapuzados, os militares passaram a invadir quartéis, furaram pneus de carros e, em Fortaleza, dez viaturas foram levadas. Naquela madrugada, três PMs foram presos e outros 261 passaram a ser investigados por participação nos atos.
Na quarta-feira (19), Cid Gomes foi baleado ao avançar com uma retroescavadeira contra PMs amotinados em Sobral, distante cerca de 270 km de Fortaleza. Jair Bolsonaro decretou uma operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) e enviou as Forças Armadas ao Ceará na quinta (20).
Militares encapuzados tomaram quartéis nestas quinta e sexta (21). Um dos líderes do movimento, o vereador Sargento Ailton disse que a ideia é que os militares permaneçam na ocupação ao batalhão em Sobral “até existir um acerto entre o governo e as lideranças dos policiais em Fortaleza”.
O Ceará registrou 51 assassinatos nos últimos dois dias — mais de um homicídio por hora. Segundo dados da Secretaria de Segurança Pública do estado, a média de assassinatos no Ceará neste ano era de seis por dia.
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (0)