Entenda o esquema de Cunha
O esquema de Cunha, segundo a PGR, amealhou US$ 40 milhões em propinas pelos contratos de dois navios-sonda fretados pela Petrobras. Foram US$ 15 milhões no primeiro negócio (Petrobras 10000) e US$ 25 milhões no segundo (Vitória 10000). Os pixulecos eram distribuídos entre Cunha, Cerveró e Baiano. Julio Camargo também colocava a sua parte (US$ 5 milhões)...
O esquema de Cunha, segundo a PGR, amealhou US$ 40 milhões em propinas pelos contratos de dois navios-sonda fretados pela Petrobras. Foram US$ 15 milhões no primeiro negócio (Petrobras 10000) e US$ 25 milhões no segundo (Vitória 10000). Os pixulecos eram distribuídos entre Cunha, Cerveró e Baiano. Julio Camargo também colocava a sua parte (US$ 5 milhões).
No caso do primeiro navio, fabricado pela Samsung em parceria com a Mitsui, combinou-se que o pagamento seria feito em três parcelas: US$ 6.250.000 em 8 de setembro de 2008, US$ 7.500.000 em 31 de março de 2007 e US$ 6.250.000 na data da entrega da sonda. Os depósitos foram feitos numa offshore de Camargo em nome da empresa Piemonte e depois distribuído para o grupo de Cunha. A última parcela, porém, não foi quitada, o que levou Cunha a acionar Solange Gomes para que apresentasse o requerimento de informações pressionando as empresas.
Para compensar o desacerto inicial, combinou-se elevar a propina do segundo contrato para US$ 25 milhões. que seriam novamente distribuídos entre Cunha, Cerveró e Baiano, além de Camargo (US$ 8 milhões). A Samsung entrou de novo na jogada, mas a Mitsui foi substituída pela Schahin. Os pixulecos obedeceram a seguinte ordem de pagamento: US$ 10.230.000 + US$ 12.375.000 + US$ 4.000.000 + 6.395.000. Mais uma vez, a última parcela não foi paga. Cunha acionou novamente Solange Almeida.
Foi só quando começaram os problemas do segundo contrato que Baiano revelou a Camargo que Cunha era destinatário da propina. Baiano falou em compromissos inadiáveis e esclareceu que devia US$ 5 milhões em repasses ao peemedebista em razão do “pacote das sondas”. “Tenho um compromisso com o deputado Eduardo Cunha”. Baiano avisou que Cunha apresentaria requerimentos de informação para pressioná-lo. Para a PGR, que teve acesso ao registro interno de informática da Câmara, não resta dúvidas de que o autor intelectual dos requerimentos apresentados por Solange foi Cunha. A denúncia traz cópia dos registros e ainda afirma que os documentos foram criados com senha intransferível e em horário que Cunha estava logado.
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