Empresário da saúde pagou propina por ato assinado por Witzel, diz MPF
Interceptações telefônicas da Operação Favorito, deflagrada ontem, mostram que o grupo do empresário Mário Peixoto pagou propina a um funcionário do governo estadual do Rio para reabilitar uma organização social a contratar novamente com o poder público...
Interceptações telefônicas da Operação Favorito, deflagrada ontem, mostram, segundo o Ministério Público Federal, que o grupo do empresário Mário Peixoto pagou propina a um funcionário do governo estadual do Rio para reabilitar uma organização social a contratar novamente com o poder público.
Em outubro do ano passado, a Unir Saúde havia sido desqualificada como organização social pela Casa Civil e pela Secretaria de Saúde. Em 24 de março deste ano, foi publicado despacho de Wilson Witzel revogando a desclassificação da organização social.
No dia 20, Luiz Roberto Martins Soares — segundo o MPF, verdadeiro dono da Unir junto com Mário Peixoto –, disse a um interlocutor identificado como Elcy, que também seria ligado ao grupo, que pagou pela reabilitação da organização social.
Luiz Roberto: Diz o Mario que foi ele que acertou junto com o Governador. Mas não publicou ainda. Eu estava comprando isso de um outro cara.
No dia 24 de março, um dia após a revogação, Luiz Roberto ligou para o ex-deputado e ex-prefeito de Nova Iguaçu Nelson Bornier para comunicar a decisão.
Luiz Roberto: estou te ligando para te dar uma notícia boa
Nelson Bornier: hum
Luiz Roberto: O zero 1 do palácio assinou aquela revogação da desclassificação da UNIR.
Nelson Bornier: aquela relatório
Luiz Roberto: aquela desclassificação que impediu a gente de assumir as UPAs. Eu sei que tem muito pai aqui e eu teria que fazer um DNA para saber quem é o pai.
No dia 1º de abril, Luiz Roberto volta a falar com Elcy:
Luiz Roberto: o cara que conseguiu a revogação para mim, que eu paguei lá de dentro.
No dia 7 de abril, Luiz Roberto vai além. Com o incentivo de Nelson Bornier, discute como processar o governo estadual e cobrar danos morais pelo tempo que a organização social ficou impossibilitada de contratar com o poder público, o que teria levado a um prejuízo de R$ 10 milhões, por contratos cancelados para administrar unidades de saúde.
Entre 2018 e 2019, a Unir tinha contratos de R$ 182 milhões com o governo do Rio para administrar uma dezena de UPAs.
Nelson Bornier: correndo. Tem que entrar correndo e o babaca que fica ao lado do chefão ai assinou essa porra ai sem ter conhecimento nenhuma. Se tiver que ir lá vocês tem noção da cagada que voces fizeram ai, tem noção porra!! Voce esta com a faca e o queijo na mão. Não pode esperar essa porra não. Quem cala consente!
Luiz Roberto: amanha eu já entro em cima disso ai.
Nelson Bornier: com certeza, fuder esses filhos da puta tomaram na mão grande. Não é você que esta dizendo isso não. O recurso teu foi bem feito
Luiz Francisco foi um dos alvos da busca e apreensão determinada ontem pelo juiz Marcelo Bretas na Operação Favorito, mais um desdobramento da Lava Jato no Rio.
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