Em relatório entregue à Justiça, credores de Eike envolvem UBS, Itaú e BTG Pactual em operações suspeitas
Na petição em que citam o relatório do Coaf com a remessa suspeita de R$ 33 bilhões, revelada por O Antagonista, os advogados dos investidores (Abradim) e minoritários (Aidmin) anexam outra planilha com a movimentação de US$ 2 bilhões - quase R$ 8 bilhões na cotação de hoje - feita por Eike Batista por meio de offshores nas Bahamas...
Na petição em que citam o relatório do Coaf com a remessa suspeita de R$ 33 bilhões, revelada por O Antagonista, os advogados dos investidores (Abradim) e minoritários (Aidmin) anexam outra planilha com a movimentação de US$ 2 bilhões – quase R$ 8 bilhões na cotação de hoje – feita por Eike Batista por meio de offshores nas Bahamas.
O documento integra outra ação que corre nos EUA contra o empresário.
Nas planilhas, “resta demonstrado o volume financeiro movimentado fora do país, bem como o volume financeiro que fora transferido para contas bancárias nos Estados Unidos, o que envolve o Banco UBS, o Banco Itaú e Banco BTG Pactual”.
Segundo os advogados, “a ligação entre o Banco Pactual (incluindo o UBS Pactual) e o grupo EBX chega a ser umbilical”. “Tudo indica que os Bancos UBS e Pactual ajudaram Eike Batista a construir o seu império.”
Citam, por exemplo, a denúncia da Operação Segredo de Midas que trouxe detalhes da delação de Eduardo Plass, ex-sócio do Pactual.
“Eike Batista e o Luiz Arthur Andrade Correia, vulgo Zartha, executivo do grupo, usavam contas fantasmas, sediadas em banco paralelo, que não apareciam publicamente ao mercado, sem autorização para gerir recursos de terceiros, com o fim de manipular o mercado de valores mobiliários.”
Lembram também que o UBS das Bahamas adquiriu as carteiras de clientes do POBT (Pactual Overseas Bank and Trust), banco pertencente ao Pactual, situado nas Bahamas. E que membros do Pactual, foram trabalhar no UBS Bahamas, como Guilherme Pini e Alvaro Luiz Catão.
“A própria compra do Pactual pelo UBS é curiosa, pois tem-se noticia de que o presidente do UBS Investment Bank da época, Huw Jenkins, realizou a operação rapidamente, e, pouco tempo depois, fora demitido. Outro fato interessante é que, após sua demissão, passou a ser sócio de André Esteves no BTG.”
E ainda:
“No segundo semestre de 2009, houve a migração dos valores para outros bancos (BTG Pactual e Itaú International). Citada migração coincide com uma grave questão que o UBS enfrentou nos EUA em 2009, quando foi obrigado a cooperar com Departamento de Justiça americano e fazer o ‘disclosure’ das contas em paraísos fiscais. O Banco UBS concordou com a liberação, ao governo americano, de dados dos correntistas que supostamente teriam evadido divisas. O banco UBS efetuou o pagamento de uma multa de US$ 780 milhões. Coincidiu, também, com a (re) compra do UBS Pactual pelo BTG Pactual de André Esteves. (André Esteves saiu do ‘UBS Pactual’ em 2008 e criou o BTG).”
Os advogados destacam também que executivos desses bancos atuaram nas empresas de Eike. Citam o CEO do grupo Brasil Plural, Rodolfo Riechert, que dirigiu UBS Pactual entre 2006 e 2009, e considerado o head dos IPOs. Ele também ocupou assento no Conselho de Administração da OGX de 2007 a 2013.
Gilberto Sayão, atualmente chairman da Vinci Partners, esteve na MMX desde seu início. A Vinci empregou João Pedro, filho do ex-governador Sérgio Cabral, de 2010 a 2017. No primeiro acordo de acionistas da OGX (dez/2007), o fundo acionista ligado ao Banco UBS possuía como diretor o Guilherme Pini, lotado no UBS das Bahamas.
Na petição, os advogados dos credores mencionam ainda que o UBS criou vários fundos nos EUA e os utilizou para investimentos no Brasil na mesma época. Citam a construtora PDG Realty S.A, ligada ao UBS, e a IdeiasNet, empresa de investimento em internet que tem como acionistas UBS, Pactual e Eike (via Centennial).
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