Em relatório, Coronel defende jogatina livre no Brasil pós-pandemia. O senador acredita na fiscalização
O Antagonista teve acesso ao relatório preliminar, ainda não apresentado, do senador Angelo Coronel (PSD) favorável à legalização dos jogos de azar no Brasil -- ele chama de "jogos de fortuna"...
O Antagonista teve acesso ao relatório preliminar, ainda não apresentado, do senador Angelo Coronel (PSD) favorável à legalização dos jogos de azar no Brasil — ele chama de “jogos de fortuna”. O texto deverá ser divulgado assim que os trabalhos presenciais forem totalmente retomados no Senado.
No último domingo, publicamos que Coronel é a favor de usar os recursos da eventual jogatina legalizada para bancar o programa assistencial do governo de Jair Bolsonaro.
Coronel é relator de um projeto que prevê a liberação de cassinos em resorts apresentado no ano passado pelo senador Roberto Rocha (PSDB) — no mês passado, outra proposta nesse sentido foi apresentada pelo senador Irajá (PSD), com o aval do governo federal.
Em seu parecer, Coronel defende que a liberação da jogatina “se apresenta como solução para as consequências econômicas” da pandemia da Covid-19.
O senador acredita que os jogos podem ser “bem geridos e fiscalizados”, aumentando a arrecadação fiscal.
“É um engano fechar os olhos para a realidade e não reconhecer que bingos e mesmo o jogo do bicho fazem parte do cotidiano dos brasileiros. A timidez, receio ou, me atrevo a dizer, falsa moralidade que rechaça a legalização dos jogos, faz com que o país perca por ano montante considerável de tributos que poderiam estar sendo usados a bem do cidadão brasileiro.”
Coronel acrescentou:
“Essa cegueira legislativa tem um efeito ainda mais devastador: faz com que o dinheiro dos jogos de fortuna no Brasil seja usado, em geral, para financiar o crime organizado.”
Leia aqui a íntegra do relatório obtido com exclusividade por O Antagonista.
Desde o ano passado, Jair Bolsonaro vem sendo pressionado por líderes do Centrão e pelo próprio filho Flávio a mudar de opinião sobre a legalização dos jogos de azar. Durante a campanha, o então candidato dizia que os cassinos serviam para “lavar dinheiro” e “destruir as famílias” — leia aqui. A bancada evangélica e a ministra Damares Alves são veementemente contra os jogos.
No fim de 2019, Bolsonaro recebeu para um almoço um grupo de parlamentares — liderado pelos deputados Elmar Nascimento (DEM) e Paulinho da Força (Solidariedade) — que defende a legalização dos jogos de azar e já estava se movimentando para colocar a matéria em votação em 2020. Menos de um mês depois, o presidente foi informado da viagem do filho Flávio a Las Vegas, justamente para tratar do assunto.
Em maio deste ano, o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, admitiu pela primeira vez o plano do governo Bolsonaro de instalar cassinos no Brasil.
Assista aqui ao nosso vídeo sobre o tema. E leia aqui uma reportagem da Crusoé.
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