Sem trecho que causou polêmica, Fiesp divulga manifesto pedindo harmonia entre os Poderes
Um dia depois do recuo de Jair Bolsonaro em relação os discursos golpistas de 7 de Setembro, a Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp) divulgou o manifesto "A Praça é dos Três Poderes". No texto, dirigentes de entidades da indústria, comércio e serviços dizem que veem "com grande preocupação a escalada da tensão entre as autoridades públicas"...
Um dia depois do recuo de Jair Bolsonaro em relação os discursos golpistas de 7 de Setembro, a Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp) divulgou o manifesto “A Praça é dos Três Poderes”.
No texto, dirigentes de entidades da indústria, comércio e serviços dizem que veem “com grande preocupação a escalada da tensão entre as autoridades públicas”.
A nota defende que “a harmonia entre os Poderes tem de ser a regra”. Entre as mudanças em relação à versão original, a Fiesp afirma que a mensagem “não se dirige a nenhum dos Poderes especificamente”.
Trechos deste manifesto tinham sido vazados no fim de agosto e, em meio a uma polêmica envolvendo o apoio da Febraban ao documento, a Fiesp acabou adiando a divulgação. A versão divulgada não traz o trecho que falava em “foco em ações e medidas urgentes e necessárias para que o Brasil supere a pandemia, volte a crescer, a gerar empregos”.
Leia a íntegra:
“A representação arquitetônica da Praça dos Três Poderes expressa a independência e a harmonia entre o Legislativo, o Executivo e o Judiciário. Essa é a essência da República. O espaço foi construído formando um triângulo equilátero. Os vértices são os edifícios-sede de cada um dos Poderes.
Essa disposição deixa claro que nenhum dos prédios é superior em importância, nenhum invade o limite dos outros, um não pode prescindir dos demais. Em resumo, a harmonia entre eles tem de ser a regra.
Esse princípio está presente de forma clara na Constituição Federal, pilar do ordenamento jurídico do país. Diante disso, é primordial que todos os ocupantes de cargos relevantes da República sigam o que a Constituição impõe.
As entidades da sociedade civil que assinam este manifesto veem com grande preocupação a escalada da tensão entre as autoridades públicas. O momento exige de todos serenidade, diálogo, pacificação política, estabilidade institucional e, sobretudo, foco em ações e medidas urgentes e necessárias para que o Brasil supere a pandemia, volte a crescer de forma sustentada e continue a gerar empregos.
Esta mensagem não se dirige a nenhum dos Poderes especificamente, mas a todos simultaneamente, pois a responsabilidade é conjunta. Mais do que nunca o momento exige aproximação e cooperação entre Legislativo, Executivo e Judiciário.
É preciso que cada um atue com responsabilidade nos limites de sua competência, obedecidos os preceitos estabelecidos em nossa Carta Magna. Esse é o anseio da Nação brasileira.”
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