Em lançamento de candidatura, Bolsonaro ataca STF, questiona urnas e promete Auxílio de R$ 600
Durante o lançamento de sua candidatura à reeleição, Jair Bolsonaro (foto) voltou a acenar aos nordestinos, às mulheres, prometeu instituir o Auxílio Brasil de R$ 600, associou o PT à corrupção e disse que Lula pretende “liberar o aborto e as drogas”. Em evento custeado com recursos do fundo partidário...
Durante o lançamento de sua candidatura à reeleição, Jair Bolsonaro (foto) voltou a acenar aos nordestinos, às mulheres, prometeu instituir o Auxílio Brasil de R$ 600, associou o PT à corrupção e disse que Lula pretende “liberar o aborto e as drogas”.
Em evento custeado com recursos do fundo partidário, o presidente da República insuflou correligionários a irem às ruas contra os ministros do STF em 7 de Setembro e questionou, mais uma vez, a lisura do processo eleitoral. Segundo o PL, 12 mil pessoas participaram do evento.
Como registramos mais cedo, o PL confirmou a candidatura de Bolsonaro em convenção realizada no Rio de Janeiro há pouco. O palanque bolsonarista terá o apoio de PP e provavelmente de Republicanos.
Precisando recuperar terreno principalmente entre os nordestinos e as mulheres, o evento foi utilizado para reforçar a imagem de que o atual governo tem trabalhado pelos dois públicos. No início da convenção, a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, disse que Jair Bolsonaro é um “enviado de Deus” e que nunca se sancionou tantos projetos que beneficiaram as mulheres: aproximadamente 75 propostas.
“Falam que ele (Bolsonaro) não gosta de mulheres. Ele foi o presidente que mais sancionou leis de proteção às mulheres, foram mais de 70 leis. Quando ele sanciona a lei para que mães com filhos com microcefalia recebam o BPC (Benefício de Prestação Continuada), ele está defendendo as mulheres”, disse a primeira-dama.
Já Bolsonaro, ressaltou que, durante seu governo, priorizou a concessão de títulos de terra para mulheres e que o Auxílio Brasil beneficiou principalmente as mulheres em situação de vulnerabilidade social.
Como forma de anular a argumentação de que o Auxílio Brasil é um programa eleitoreiro, Jair Bolsonaro prometeu manter o valor de R$ 600 a partir de 2023. O presidente afirmou que a medida já recebeu aval do ministro da Economia, Paulo Guedes.
Em um dos momentos mais duros de seu discurso de 1h10, o presidente da República voltou a insuflar correligionários contra integrantes da Suprema Corte e convocou novos protestos em 7 de Setembro.
“Nós somos a maioria, nós somos todos do bem. Nós temos a disposição para lutar pela nossa liberdade, pela pátria. Convoco todos vocês agora para que todo mundo, no 7 de Setembro, vá as ruas pela última vez. Vamos às ruas pela última vez”, disse Bolsonaro, que chamou os ministros de “surdos de capa preta.”
Sob o pretexto de “manter a liberdade da nação”, Bolsonaro afirmou também que o seu exército de correligionários disposto a manter a ordem contra eventuais fraudes no sistema eleitoral. Novamente, o presidente da República apresentou questionamentos sobre as urnas sem qualquer tipo de prova.
“Esse, Braga Netto, é o nosso exército. É o exército do povo, o exército que está do nosso lado, que não admite corrupção, não admite fraude. Esse é o exército que quer transparência, quer respeito. Quer, não. Merece e vai ter”, disse o presidente da República, ao se dirigir ao candidato a vice.
Segundo Bolsonaro, Braga Netto foi escolhido como vice por ser uma pessoa que “não conspira” contra o presidente, em uma referência indireta ao ex-presidente Michel Temer.
“Quando se fala em poder do povo, alguém acha que o povo cubano não quer a liberdade? Tem? Não. Como chegar a esse ponto? Por escolhas erradas (…) A nossa missão é não atrapalhar a vida de vocês. É, cada vez mais, tirar o estado de cima de vocês. Estado forte, povo fraco”, declarou Bolsonaro.
O presidente da República também fez vários ataques ao PT. Ele associou Lula e os integrantes da esquerda à corrupção e alegou que o ex-presidente quer “legalizar o aborto e as drogas”. Em contrapartida, Bolsonaro chamou o presidente da Câmara, Arthur Lira, de amigo e agradeceu pelos esforços para a aprovação de pautas como a PEC kamikaze.
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