Em Belém, família Barbalho mostra força e PSOL perde sua única capital
Prefeito Edmilson Rodrigues não resistiu à chamada 'crise do lixo', provocada por um calote milionário nas prestadoras do serviço da capital do Pará
O segundo turno nas eleições para a prefeitura de Belém, capital do Pará, será entre o bolsonarista delegado Eder Mauro (PL), e o ex-secretário estadual Igor Normando (MDB), que é primo do governador do estado, Helder Barbalho (MDB).
Com mais de 90% das urnas apuradas, Igor tem 44,6% dos votos válidos contra 31,5% do deputado bolsonarista.
O atual prefeito de Belém, Edmilson Rodrigues (PSOL, foto), ficou de fora do segundo turno e perdeu a única capital que era comandada pelo partido do deputado federal Guilherme Boulos. Ele terminou a disputa com aproximadamente 10% dos votos.
Ao longo da campanha, prevaleceu a força dos padrinhos políticos tanto de Normando quanto de Mauro. O primeiro contou com o apoio do governador, que é considerado um dos mais bem avaliados do país. Segundo levantamento Quaest, Helder é avaliado positivamente por 67% da população paraense e 24% acham o seu governo regular. Apenas 8% consideram o governo do emedebista ruim.
E isso se refletiu diretamente nas urnas. Igor começou a campanha atrás de Mauro e de Edmiilson, mas foi ganhando terreno e chegou a ter uma pequena possibilidade de liquidar a fatura já no primeiro turno.
Em Belém, governador e prefeito disputaram apoio de Lula; ‘crise do lixo’ derrubou candidato do PSOL
O governador também tentou atrair o presidente Lula (PT) para o seu palanque e cravar Igor como o candidato do governo federal na capital paraense, mas não conseguiu. O PSOL fechou aliança com o PT, que desde o início da gestão fez parte da administração de Rodrigues.
Já Eder Mauro aproveitou seu recall de ex-candidato a prefeito de Belém e, 2016 e seus dois mandatos como deputado federal – caracterizado por ser um dos mais ferrenhos defensores de Jair Bolsonaro – para ganhar terreno frente aos seus concorrentes. Ele desprezou algumas sabatinas feitas pela TV Globo e fez uma campanha intensa nas redes sociais. Nas primeiras sondagens, Éder era líder das pesquisas.
Já o prefeito Edmilson Rodrigues, mesmo com o apoio do presidente Lula, não conseguiu reverter a impopularidade provocada pela chamada “crise do lixo”. Durante sua gestão, Edmilson acumulou uma dívida de 15 milhões de reais com as prestadoras de serviço referentes aos anos de 2022 e 2023 e o serviço foi interrompido em toda a cidade. Com a suspensão dos serviços, houve fila de caminhões de lixo em frente ao aterro sanitário que atende a capital paraense.
Belém, às vésperas da CPO30, virou um lixeiro a céu aberto.
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (0)