Em declaração nas redes sociais, o presidente do partido Novo, Eduardo Ribeiro, afirmou que a falta de regulação entre os poderes é um risco para a democracia, comparando a situação atual a uma ditadura. Ele culpou presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) por “omissão” e “covardia”.

“Para que uma democracia não se torne uma ditadura, é preciso que os poderes regulem uns aos outros. O STF está completamente desregulado. Parabéns, Rodrigo Pacheco. Sua omissão e covardia estão na raiz do problema que o nosso país vive hoje”, declarou Ribeiro.

A publicação do político foi feita após a fala elogiosa do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, ao ministro Alexandre de Moraes, que distoa no atual momento de crise institucional. O presidente do Senado (PSD-MG), Rodrigo Pacheco, fez os elogios ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, pouco antes de o magistrado ordenar a suspensão das atividades da rede social X (antiga Twitter) no Brasil.

Durante a entrega do Colar do Mérito do Ministério Público de São Paulo a Moraes, Pacheco destacou que o ministro agiu com “muita firmeza” e “grande vigor” enquanto presidia o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nas eleições de 2022. Segundo ele, a democracia brasileira “sofria sérios riscos” naquele momento. Embora não tenha mencionado diretamente a decisão de Moraes de suspender a rede social, o “timing” da declarações não passou despercebido.

O evento foi realizado em São Paulo, onde Moraes, que atuou como promotor de Justiça no MP-SP de 1991 a 2002, recebeu o colar de mérito. Pacheco enalteceu a trajetória de Moraes, ressaltando sua “notoriedade como doutrinador de Direito Constitucional”. Ele mencionou que o destino acabou por unir ambos, “eu como chefe do Poder Legislativo e o ministro Alexandre como presidente do TSE, em um momento muito difícil e agudo da nação, em que se exigia muita ponderação, diálogo, mas também muita firmeza para afirmação da democracia”.

Mas as críticas de Ribeiro não são isoladas. A presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados, Caroline de Toni (PL-SC), afirmou em entrevista a O Antagonista que o Brasil vive uma insegurança jurídica devido às ações dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). “Hoje, deputados e senadores não têm segurança para ir à tribuna fazer um discurso, e isso se deve a esse medo que eles [ministros do STF] estão impondo.”

A parlamentar também defendeu o pacote anti-STF que tramita no colegiado que preside. “Muito se critica o regime militar. Hoje a gente vive o regime judicial no Brasil. Então, o Congresso Nacional tem que dar essas respostas para que a gente retome a liberdade de expressão”.