Na CPI da Covid, Eduardo Pazuello confirmou que os contatos com a Pfizer começaram ainda em 2020 e admitiu os entraves para a compra da vacina contra a Covid desenvolvida pela farmacêutica americana.
O ex-ministro da Saúde disse que preços da Pfizer e a quantidade de doses oferecidas pela empresa, por exemplo, eram obstáculos para a negociação. Segundo Pazuello, Jair Bolsonaro foi informado “imediatamente” das conversas com a empresa.
“Durante todo o processo, o presidente era atualizado sobre as negociações sobre vacinas, inclusive as da Pfizer.”
Ele negou que o vereador Carlos Bolsonaro tenha participado dessas negociações.
“Nunca ouvi falar disso”, disse.
Pazuello também afirmou que passou setembro e outubro de 2020 analisando o contrato da farmacêutica. “Nos consumiu setembro e outubro”, disse ele, voltando a criticar “cláusulas mais duras” e “assustadoras” do contrato da empresa.
Renan Calheiros (MDB), o relator da CPI, perguntou por que não houve respostas à Pfizer.
“Como assim não houve respostas? Nós tivemos 20 respostas à Pfizer”, reagiu Pazuello.
O ex-ministro insistiu que “estávamos discutindo com a Pfizer initerruptamente”, mas que havia problemas, segundo ele, em questões técnicas e de logística.
“Nós respondemos inúmeras vezes.”
O depoimento de Pazuello, portanto, desmente o CEO da Pfizer, Carlos Murillo, e o ex-secretário de Comunicação da Presidência, Fabio Wajngarten. O presidente da CPI, Omar Aziz (PSD), sugeriu que haja acareações sobre o assunto.
O ex-ministro da Saúde comprometeu-se em entregar à CPI documentos que, de acordo com ele, provam que houve respostas à Pfizer.
“Nunca fechamos as portas. Nós sempre quisemos comprar a Pfizer.”
Pazuello confirmou que não participava das reuniões com a empresa.
“Sou decisor, não posso negociar com a empresa. Ministro jamais pode receber empresas. O senhor deveria saber disso”, disse o ex-ministro a Renan Calheiros.
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