“É de altíssima relevância”, diz Dino sobre investigação na Abin
Ministro da Justiça comentou a operação da Polícia Federal que apura suspeita de espionagem ilegal pela Abin durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro...
O ministro da Justiça, Flávio Dino, afirmou, nesta quinta-feira, 25, que a operação da Polícia Federal que apura suspeita de espionagem ilegal pela Abin durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro é “crucial” e de “altíssima importância”. Segundo ele, o caso trata de um possível ataque ao direito fundamental à privacidade.
“O Brasil vive a plenitude democrática e por isso mesmo não pode ser banalizada uma invasão de privacidade, uma espionagem política como se fosse algo próprio da política. Não, não é. A política não abrange o uso de ilegalidades dessa natureza. E mais, lembro, nós temos relações sociais, empresariais que podem também ter sido atingidas por esses mecanismos. Sem dúvidas, me parece uma investigação de altíssima importância”, declarou o ministro.
Dino disse que “ainda vai ter novidades hoje” sobre a operação na Abin, mas não quis detalhar quais. O crime apurado pela PF envolvia o uso do software “First Mile”, ferramenta de geolocalização que permite identificar as movimentações de pessoas por meio dos celulares delas. A apuração aponta que o esquema monitorou celulares de servidores públicos, políticos, policiais, advogados, jornalistas e até mesmo juízes.
Entre os alvos da suposta espionagem estariam “desafetos” de Bolsonaro, como os ministros do STF Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes, e o ex-presidente da Câmara dos Deputados Rodrigo Maia. A operação também teria envolvido o monitoramento de amigos dos filhos do ex-presidente.
O programa “First Mile” foi comprado no fim do governo Temer, a poucos dias da posse de Jair Bolsonaro, e usado até parte do terceiro ano do seu mandato. Ao todo, a PF estima que foram registrados 30 mil acessos ao sistema.
Sete policiais federais, investigados pelo caso, já foram formalmente afastados da corporação. Os agentes estavam cedidos para a Agência de Inteligência durante o período de monitoramento ilegal com o uso do software israelense.
O deputado Ramagem (PL-RJ) já foi convidado a depor, mas ainda não confirmou presença na Superintendência da PF em Brasília.
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