Drones com explosivos artesanais na Colômbia
Em território colombiano, os drones, que podem custar menos de mil dólares, são adaptados com tubos plásticos cheios de explosivos
Os dissidentes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) estão empregando drones equipados com explosivos artesanais para realizar ataques a soldados das Forças Armadas do país.
Esta estratégia não apenas expõe a criatividade destes grupos, mas também revela a fragilidade do controle armamentístico na região. Até agora, os ataques não causaram mortes, mas o número crescente de incidentes confirma que o risco é iminente.
A tecnologia por trás deste novo método não é sofisticada, se comparada às operações militares de alta tecnologia observadas em outras partes do mundo, como na Ucrânia. Em território colombiano, os drones, que podem custar menos de mil dólares, são adaptados com tubos plásticos cheios de explosivos. Estes podem ser detonados de forma remota.
Segundo reportagem do O Globo, relatórios recentes indicam que os departamentos de Cauca e Nariño, localizados no sudoeste da Colômbia, foram os mais atingidos com pelo menos 17 ataques registrados nas últimas seis semanas.
Resposta do Estado Colombiano
Em resposta a esta ameaça crescente, a liderança militar da Colômbia estuda maneiras de fortalecer suas táticas de defesa, incluindo a aquisição de drones de contramedida.
O general Helder Giraldo, comandante das Forças Armadas, mencionou a abertura de um processo para adquirir tecnologias que possam neutralizar ou atenuar os ataques de drones. Ainda assim, admitiu-se que as atuais “capacidades” do exército são “insuficientes” para lidar completamente com a nova forma de ameaça.
Especialistas em segurança como Luis Armas acreditam que, embora a tecnologia seja rudimentar, sua eficácia em criar instabilidade não pode ser subestimada. Essa mistura de acesso fácil a drones comerciais e artefatos explosivos improvisados transforma esses aparelhos em ferramentas de guerrilha altamente disruptivas e potencialmente letais.
A conexão do PCC com as Farc
O promotor de Justiça Lincoln Gakiya, responsável por investigar o Primeiro Comando da Capital (PCC), revelou que a facção criminosa está associada a diversos grupos criminosos em todo o mundo. Entre eles, destacam-se a máfia italiana Ndrangheta, a máfia dos Balcão, atuante no tráfico internacional de drogas, máfias africanas e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia.
Em entrevista à CNN Brasil, Gakiya disse que o PCC já conta com cerca de 40 mil membros espalhados pelo Brasil, América do Sul e alguns países europeus.
O que começou como uma pequena organização dentro de um presídio em Taubaté se tornou uma das maiores organizações criminosas do mundo.
O promotor ressaltou a importância de agir de forma coordenada e integrada entre as forças de segurança e os ministérios públicos para combater essas organizações. Ele enfatizou que é papel do governo federal garantir essa coordenação.
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