Dormindo com o inimigo
Levantamento feito pela Universidade de São Paulo mostra que partidos de oposição contribuíram com 34% dos votos em pautas governistas
Levantamento feito pela Universidade de São Paulo (USP) revela que nos dois primeiros anos do governo Lula partidos de oposição como o PL, Republicanos e PP contribuíram com 34% dos votos a favor de propostas encaminhadas pelo Palácio do Planalto.
As informações foram divulgadas nesta terça-feira, 7, pelo Estadão.
“Os dados reforçam padrão identificado em pesquisa exclusiva da USP, que mostra como os presidentes brasileiros, ao longo da história, têm dependido cada vez mais de coalizões informais — apoios vindos de fora da base governista — para viabilizar a aprovação de pautas cruciais no Congresso Nacional”, informa o jornal.
“O levantamento, realizado entre janeiro de 2023 e dezembro de 2024, definiu como partidos da coalizão presidencial as siglas que se declaram governistas ou possuem ministérios no governo desde o início do mandato de Lula III”, esclarece o Estadão.
PP, o mais governista dentre os opositores
Segundo o levantamento, em média o PP de Arthur Lira seguiu a orientação do governo em 10% das votações Já o Republicanos de Tarcísio de Freitas seguiu a orientação partidária em 9% dos casos e o PL em 8,5% dos casos.
“Em seguida, aparecem o Podemos (2,5%), PSDB (2,5%), Cidadania (1%) e Novo (1%). Siglas cujos parlamentares não atingiram o número mínimo de participações em votações nominais para o cálculo do índice de governismo, como PTB, PSC, Pros e Patriota, não foram consideradas”, esclareceu o jornal.
O gargalo para as pautas governistas
A falta de uma base aliada no Congresso é um dos grandes gargalos da administração Lula III. Por essa razão, o presidente da República pretende fazer uma ampla reforma ministerial para tentar contemplar esses partidos considerados de oposição para tentar atraí-los para a base governista.
A questão é que nem mesmo os integrantes da base como MDB e União Brasil são 100% fiéis ao governo. Essas siglas já impuseram várias derrotas ao Poder Executivo ao longo de dois anos dessa terceira administração Lula.
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