Domingos Brazão diz ao STF conhecer miliciano de Rio das Pedras
Depoimento é retormado na Corte, após conselheiro do TCE-RJ ter 'chorado' na terça-feira, 22
No segundo dia de depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF), o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio (TCE-RJ) Domingos Brazão afirmou conhecer Marcus Vinícius Reis, o Fininho, da milícia de Rio das Pedras, que está preso. Apontado como um dos mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL), Brazão contou como conheceu ‘Fininho’:
“Se me perguntar quantas vezes estive com o Marcus Vinícius eu posso dizer que foram muitas. Lógico que ele não aparecia todas as vezes em Rio das Pedras. Ele com certeza votou em mim. Eles (os moradores) ficaram muito gratos à gente pelas melhorias que fizemos no local. Agora, que me preocupou, sempre me preocupou”, disse.
‘Preferia ter morrido no lugar de Marielle’
Nesta terça-feira, 22, Brazão chorou ao falar da vereadora. Em parte do depoimento, o conselheiro disse que “preferia ter morrido no lugar da Marielle”.
Ao ser perguntado se conhecia o autor dos disparos, o ex-policial militar Ronnie Lessa, Brazão negou.
“Se ele tivesse me matado, ele tinha feito um mal menor à minha família. Ia morrer com honra. Não ia estar passando por esse problema. Ele fez pior com a gente. Você vê que a Marielle, mesmo com pouco tempo de trabalho político, ela foi muito mais reconhecida depois da morte”.
Além deles, o ex-chefe da Polícia Civil e delegado Rivaldo Barbosa é acusado de ter auxiliado no planejamento do crime.
Irmão também preso
Outro acusado de planejar o assassinato de Marielle, o deputado federal Chiquinho Brazão reconheceu que tinha ‘boa relação’ com a vereadora no período em que cumpriram mandato na Câmara dos Vereadores do Rio.
Chiquinho também negou qualquer contato com Ronnie Lessa e afirmou que os nomes apontados pelo atirador como mandantes do crime, o dele, de seu irmão e do delegado Rivaldo foram entregues para “proteger” uma outra pessoa.
“Não tem uma explicação a não ser que ele esteja protegendo alguém e seguiu esse caminho”, disse o deputado.
O ‘caso Marielle’
Marielle foi executada a tiros em março de 2018, junto de seu motorista, Anderson Gomes, no bairro do Estácio, região central do Rio, quando voltava de um encontro político na Lapa.
A assessora da parlamentar, que estava ao lado de Marielle, foi ferida apenas por estilhaços.
O crime de repercussão internacional deu início às investigações que, um ano depois, apontou para a prisão dos ex-policiais militares Ronnie Lessa e Elcio Queiroz. Os dois foram responsáveis pela execução de Marielle.
Mais recentemente, em março deste ano, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF) expediu um mandado de prisão contra os irmãos e parlamentares Domingos Brazão e Chiquinho Brazão, apontados como mandantes do crime. além do delegado Rivaldo Barbosa, suspeito de ajudar a planejar e atrapalhar as investigações.
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