Dom Odilo apoia Padre Júlio e nega tentativa de silenciar CPI
O cardeal dom Odilo Scherer, arcebispo de São Paulo, rejeitou veementemente as alegações de que estaria tentando abafar a CPI das ONGs e saiu em defesa do padre Júlio Lancellotti, alvo central da investigação proposta pelo vereador Rubinho Nunes (União Brasil) na Câmara Municipal de São Paulo...
O cardeal dom Odilo Scherer, arcebispo de São Paulo, rejeitou veementemente as alegações de que estaria tentando abafar a CPI das ONGs e saiu em defesa do padre Júlio Lancellotti, alvo central da investigação proposta pelo vereador Rubinho Nunes (União Brasil) na Câmara Municipal de São Paulo.
Em suas redes sociais, o cardeal expressou sua posição sobre o assunto: “Não estou querendo ‘abafar’ coisa nenhuma. Querem fazer a ‘CPI das ONGs’? Pois façam! Por que mirar no trabalho do padre Júlio, que não é ONG, não tem ONG e não recebe dinheiro público para seu trabalho? Padre Júlio faz seu trabalho em nome da Arquidiocese de São Paulo, que também não é ONG e não recebe dinheiro público“.
Não estou querendo “abafar” coisa nenhuma. Querem fazer a “CPI das ONGs”? Pois façam!
Pq mirar no trabalho do Pe Júlio, q ñ é ONG, ñ tem ONG e ñ recebe dinheiro público p/ seu trabalho? Pe Júlio faz seu trabalho em nome da arquidiocese de SP, q também ñ é ONG e ñ recebe $ público— Dom Odilo Scherer (@DomOdiloScherer) January 5, 2024
A Arquidiocese de São Paulo divulgou uma nota manifestando perplexidade diante da possível abertura da investigação.
O pedido de abertura da CPI foi protocolado por Nunes em dezembro, com o apoio de 24 vereadores. Em fevereiro, houve sinalização positiva por parte da cúpula da Câmara para a instalação da CPI. No entanto, devido à forte repercussão contrária, alguns vereadores têm retirado seu apoio.
Pelo menos quatro vereadores informaram ao jornal O Estado de S. Paulo que vão retirar suas assinaturas ao pedido de CPI das ONGs
Ainda é necessário que a CPI seja apreciada no colégio de líderes e em plenário para que seja instalada.
O vereador Nunes pretende investigar o Centro Social Nossa Senhora do Bom Parto, conhecido como Bompar, e o coletivo Craco Resiste. Ambos atuam junto à população em situação de rua e dependentes químicos da região central da cidade, e tornaram-se alvos iniciais da proposta de CPI devido ao suposto vínculo com o padre, segundo Nunes.
O padre Júlio Lancellotti afirmou não fazer parte de nenhuma ONG e não ter qualquer envolvimento com projetos que envolvam dinheiro público.
Ele questionou o motivo de ser investigado: “Se eu for chamado a falar, de que ONG vão falar que eu sou? Ou, se me convocarem, estarão convocando a Arquidiocese de São Paulo. A minha ação é da arquidiocese, que não é ONG e não é conveniada com a prefeitura. Não vão encontrar dinheiro público em nenhuma das ações“, ressaltou.
O padre também destacou que a função da Câmara é fiscalizar dinheiro público e não há necessidade de uma CPI para fiscalizar a igreja.
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