A direita consolidou seu domínio nas câmaras municipais e prefeituras do Brasil nas eleições de 2024. Partidos como PL, Republicanos e PSD alcançaram resultados expressivos, refletindo o fortalecimento crescente desse espectro político nas bases municipais.

Dados do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT) e do CNPq, divulgados pelo cientista político Fábio Vasconcellos, mostram que o Sudeste e o Norte lideraram com uma taxa mediana de hegemonia da direita de 0,91, seguidos pelo Sul com 0,89. No Nordeste, onde a direita menos elegeu vereadores, a taxa foi de 0,78, mas a direita ainda é majoritária na média das câmaras municipais. Quando analisados os números absolutos, estima-se que o campo da direita controle cerca de 4,8 mil câmaras municipais, abrangendo aproximadamente 142 milhões de eleitores.

Entre os partidos que mais cresceram, o PL (Partido Liberal) foi um dos principais destaques, elegendo 510 prefeitos em 2024, um salto de 48% em relação aos 343 prefeitos eleitos em 2020. O Republicanos teve um desempenho ainda mais impressionante, quase dobrando o número de prefeituras sob seu controle, passando de 209 para 430, um aumento de 107%. Já o PSD (Partido Social Democrático) foi o partido que mais cresceu em números absolutos, elegendo 878 prefeitos em 2024, uma alta de 34% em relação às eleições anteriores.

Esses resultados confirmam uma tendência que já vinha sendo observada em pleitos anteriores: a direita populista, incluindo partidos de centro-direita, fortaleceu seu poder nas bases locais, dominando tanto os executivos quanto os legislativos municipais.

O destaque do Centrão, conhecido por sua flexibilidade política, também contribuiu para essa consolidação, já que esses partidos podem pender para a esquerda ou para a direita, dependendo dos interesses locais.

Com esses avanços, as prefeituras e câmaras dominadas pela direita devem desempenhar um papel decisivo nas próximas eleições nacionais, influenciando não só a política local, mas também a direção política do país nos próximos anos.