Dirceu cobra renovação na esquerda, mas repete o mesmo discurso
José Dirceu (foto, à direita) está mesmo de volta, como destacou a última edição de Crusoé. O ex-ministro da Casa Civil de Lula assina artigo na Folha de S.Paulo nesta segunda-feira, 22, para cobrar...
José Dirceu (foto, à direita) está mesmo de volta, como destacou a última edição de Crusoé. O ex-ministro da Casa Civil de Lula assina artigo na Folha de S.Paulo nesta segunda-feira, 22, para cobrar renovação no PT e na esquerda, mas não atualizou nem o próprio discurso.
Dirceu diz no texto, intitulado Desafios da próxima década, que “a esquerda, sozinha, não tem maioria para fazer reformas estruturais”.
“Também não consegue, sozinha, construir um projeto nacional de desenvolvimento que resolva os pontos de estrangulamento do crescimento —os juros e a concentração de renda, realimentados pela estrutura tributária baseada no consumo e na produção”, segue o petista, que foi condenado a 42 anos de prisão por crimes de corrupção.
Para o Brasil superar o que Dirceu classifica como “dependência” de outros países, o petista defende a construção de “um bloco social que impulsione reformas que viabilizem desenvolvimento com distribuição de renda”.
“Nossa capacidade de mobilizar a sociedade para essas reformas encontra limites nos partidos e na hegemonia da direita conservadora, razão pela qual o PT e as esquerdas precisam mudar a correlação de forças no Congresso e na disputa eleitoral, política e cultural. Sem isso, será impossível”, argumenta.
É o velho reformismo esquerdista contra um velho inimigo, a direita, agora repaginada em “extrema direita”.
“A extrema direita se apropriou dos avanços tecnológicos e das guerras culturais e nos impuseram derrotas políticas e eleitorais graças à aliança com os interesses econômicos das elites financeiras e agrárias e com os neopentecostais. Para enfrentar os desafios da próxima década, o PT e as esquerdas necessitam de renovação a fim de lidarem com essa nova conjuntura, condição para serem instrumentos da mobilização que garanta base parlamentar e apoio social para as reformas necessárias”, diz o petista.
No saco da extrema direita, Dirceu inclui até o libertário Javier Milei, presidente da Argentina. O artigo também tem uma torcida de leve para a China em sua batalha contra a “hegemonia dos norte-americanos”, a defesa do desgastado desenvolvimentismo e as velhas críticas aos governo Michel Temer e Jair Bolsonaro.
Dirceu aponta para o futuro, direto do passado.
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (0)