Dino diz que operação contra armas visa combater “logística de facções”
Operação da Polícia Federal mira um grupo que importou 43 mil armas para as principais facções criminosas do país, como o PCC e o Comando Vermelho...
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, comentou nesta terça-feira, 5, a operação da Polícia Federal contra um grupo que importou um arsenal de 43 mil armas para as principais facções criminosas do país, como o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho. Segundo o chefe da pasta, a operação mas “desmantelar” a operação logística desses grupos criminosos.
“Essa ação com Paraguai fará com que as duas maiores facções brasileiras, que eram destinatárias principais dessas armas ilegais, tenham o fechamento dessa via logística para a realização dessas operações”, disse o ministro.
Segundo a PF, foram cumpridos 31 mandados de prisão (preventivas ou temporárias) e outros 54 mandados de busca e apreensão no Brasil, Paraguai e Estados Unidos. Das prisões, 14 foram realizadas no Paraguai, e outras 5 no Brasil. Dois mandados de prisão seriam cumpridos pela polícia brasileira nos Estados Unidos, mas não foram realizados pois “não houve tempo hábil para expedição”, de acordo com a PF.
“Estamos diante de uma operação muito relevante, exitosa, que converge com outras que estamos fazendo no Rio, em São Paulo e em outros estados. Até o momento, temos 38 mandados cumpridos, sendo 19 de prisão, 21 difusões vermelhas na Interpol, além do bloqueio de R$ 66 milhões em bens, direitos e valores no Brasil”, completou Dino.
Tráfico de armas
De acordo com a PF, o grupo movimentava uma “complexa e multimilionária engrenagem de tráfico ilícito de armas de fogo”, que eram importadas da Europa para a América do Sul. Fabricadas na Europa, as armas chegavam primeiro no Paraguai, em uma empresa sediada em Assunção, onde tinham sua numeração de série raspada, para dificultar o rastreio.
Após serem raspadas, as armas eram revendidas por intermediários na fronteira entre Brasil e Paraguai para as principais facções criminosas brasileiras. Segundo a PF, desde 2020, 659 armas entregues pelo grupo aos criminosos foram apreendidas em dez estados brasileiro.
A investigação teve início em 2020, quando foram apreendidas pistolas e munições no interior da Bahia. As armas encontradas estavam com os números de série raspados, porém, com perícias realizadas pela Polícia Federal, foi possível obter informações cruciais para avançar nas investigações.
Após três anos de investigação, a cooperação internacional entre os países envolvidos resultou na identificação de um argentino, proprietário da empresa IAS, sediada no Paraguai, como o principal responsável por adquirir pistolas, fuzis, rifles, metralhadoras e munições de fabricantes localizados em países como Croácia, Turquia, República Tcheca e Eslovênia.
Ainda de acordo com a PF, entre novembro de 2019 e maio de 2022, a empresa de Dirísio importou um total de 7.720 pistolas da Croácia, além da compra e venda de 2.056 fuzis produzidos na República Tcheca e mais cinco mil rifles, pistolas e revólveres fabricados na Turquia. Adicionalmente, 1.200 pistolas foram importadas de uma fábrica eslovena. Ao todo, foram identificadas 16.669 armas adquiridas através desse esquema criminoso.
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