Diferença Salarial e Preconceito no Trabalho
Desigualdades no Mercado de Trabalho.
O mercado de trabalho brasileiro continua sendo desigual para as mulheres.
Mesmo com níveis mais altos de escolarização em comparação aos homens, as mulheres têm salários menores e participação reduzida.
Essa conclusão pertence a uma recente pesquisa divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), justamente nesta sexta-feira (8), em celebração ao Dia Internacional da Mulher.
Como funciona a Desigualdade?
As estatísticas apontam que apenas 53,3% das mulheres estão na força de trabalho, comparado a 73,2% dos homens.
Além disso, dos indivíduos em posições de gerência, 60,7% são homens, enquanto apenas 39,3% são mulheres.
Discrepância em Cargos Gerenciais
O problema se acentua quando observamos a diferença salarial dessas posições de gerência.
Mulheres em cargos gerenciais ganhavam em média R$ 6.600 em 2022, o que representa 21,2% a menos do que o salário dos homens, que era de R$ 8.378.
Educação x Oportunidade
Essas disparidades persistem, mesmo com as mulheres superando os homens em termos educacionais.
De acordo com a pesquisa, 60,3% dos graduados eram mulheres.
Além disso, enquanto 21,3% das mulheres concluíam o ensino superior, apenas 16,8% dos homens faziam o mesmo.
Avaliação de Promoções e Progresso na Carreira
Lina Nakata, especialista de mercado de trabalho, ressalta que há discrepâncias significativas na maneira como homens e mulheres são avaliados quando se candidatam a promoções de cargos.
O analista socioeconômico do IBGE, Jefferson Mariano, acrescenta que as mulheres ainda enfrentam forte preconceito das empresas, especialmente se têm filhos.
Trabalho Precarizado
A pesquisa do IBGE também revelou que o trabalho das mulheres é mais precarizado.
O trabalho parcial (com carga horária menor do que a de tempo integral) envolve 27,9% das mulheres e apenas 14,25% dos homens.
Trabalho de Cuidado
Em 2022, a dedicação das mulheres aos cuidados de pessoas e afazeres domésticos ainda era o dobro do tempo dos homens.
Esse fator tem impacto significativo na progressão da carreira das mulheres e dificulta a compatibilidade com uma jornada de trabalho integral.
Busca por Igualdade
Para que o cenário se torne mais igualitário, Nakata enfatiza a necessidade de conscientização do público e formulação de políticas públicas.
Segundo ela, a mudança será lenta, pois o trabalho de cuidado faz parte da cultura da sociedade.
Entretanto, ações afirmativas, leis e outras práticas podem ser criadas para melhorar este cenário.
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