Destamparam o bueiro no Rio
Delação de Ronnie Lessa expõe as relações entre a polícia, a política e o crime organizado no Rio de Janeiro
Reportagem da edição mais recente de Crusoé, assinada por Wilson Lima, mostra o bueiro aberto com a homologação da delação premiada do ex-policial militar Ronnie Lessa e a prisão dos irmãos Chiquinho e Domingos Brazão, apontados pelo miliciano como mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. A delação expõe as relações entre a polícia, a política e o crime organizado no Rio de Janeiro.
Por mais importante que seja a resposta à pergunta “Quem mandou matar Marielle?”, a prisão dos criminosos não pode ser vista como um ponto de chegada.
“Para quem tem alguma familiaridade com a política municipal do Rio de Janeiro, ver os irmãos Brazão ligados a uma trama de assassinato não chega a ser motivo de grande surpresa. As primeiras suspeitas de atividades criminosas datam de mais de vinte anos, antes de eles entrarem na política, quando exploravam as empresas Sangue Bom Autopeças e a Ferro Velho Nova Entrada. Ambas seriam, na verdade, desmanches de veículos furtados e revendas ilegais de autopeças.
Domingos foi deputado estadual entre 1999 e 2015. Nesse período, teve Robson Calixto como um de seus assessores parlamentares. Ambos também foram sócios na empresa Terra de Canaã Construções e Transportes. Segundo a PF, Calixto era um dos responsáveis por arrecadar fundos para as campanhas eleitorais da família Brazão.”
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