Um grupo de 11 deputados estaduais do Ceará vai trocar o PDT, sob a forte influência do ex-ministro Ciro Gomes, pelo PSB, seguindo a liderança do senador Cid Gomes. A oficialização da mudança está agendada para o dia 3 de fevereiro.

A recente migração de políticos para o PSB reflete uma acirrada disputa interna entre os irmãos Cid e Ciro Gomes. O movimento ocorre após a saída de Cid e de mais de 40 prefeitos do partido no ano passado.

Justa causa

No contexto desta transição, os deputados poderiam perder seus mandatos se abandonarem a sigla sem uma autorização judicial. Por esse motivo, o grupo de dissidentes alegou justa causa, um argumento que foi inicialmente aceito pela Justiça Eleitoral.

A saída de Lia Gomes

Entre os novos integrantes do PSB está Lia Gomes, irmã de Cid e Ciro, que optou por apoiar o senador na divisão partidária.

Além de Lia Gomes, também se filiaram ao PSB nomes como Sergio Aguiar, Romeu Aldigueri, Osmar Baquit, Oriel Filho, Marcos Sobreira, Jeová Mota, Salmito Filho, Helaine Coelho, Guilherme Landim, Guilherme Bismarck, Bruno Pedrosa, Antonio Granja e Tin Gomes.

Dentre esses, destaca-se a adesão de Romeu Aldigueri, presidente da Assembleia Legislativa do Ceará, que, após forte pressão de Cid, ingressa no PSB.

Ciro é alternativa a Lula ?

O ex-governador Ciro Gomes (PDT) surgiu como o possível candidato que mais se destacaria na disputa pela presidência da República em 2026 em cenário sem a participação do presidente Lula e do ex-presidente Jair Bolsonaro.

De acordo com o instituto Paraná Pesquisas, Ciro lideraria as intenções de voto, alcançando 27,8%, empatando com o governador paulista Tarcísio de Freitas (Republicanos), em um cenário no qual Lula e Bolsonaro não são considerados.

Neste mesmo contexto, o nome do ministro da Educação, Camilo Santana, também foi avaliado. Assim como Ciro Gomes, Santana foi governador do Ceará, mas ocupa a quarta posição entre os candidatos testados, com apenas 6,9% da preferência eleitoral.

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Racha com o PT

Gomes, que também foi ministro de Lula, enfrenta a cúpula petista desde o final de 2018. O racha se estendeu à relação de Ciro com seu irmão, o senador Cid Gomes.

Recentemente, o parlamentar coordenou uma debandada de membros do PDT, legenda comandada por Ciro no Ceará, para o PSB, partido ao qual é filiado.

“Mal maior”

No ano passado, após participar do lançamento de candidaturas no interior do Ceará ao lado de candidatos alinhados ao bolsonarismo, o ex-governador Ciro Gomes (PDT) explicou a sua presença no palanque com a afirmação de que o PT é hoje o “mal maior” do estado e mencionou a presença do União Brasil no alto escalão do Governo Federal.

Ciro bolsonarista ?

Acusado de se aliar ao bolsonarismo por setores do governo Lula e militantes do PT, o ex-ministro rebateu: “O Lula tem três ministros do União Brasil. Um deles, indiciado por corrupção pela Polícia Federal. E eu que estou fazendo aliança com Bolsonaro?”.

“O Ceará está sendo destruído pela incompetência, pela corrupção, pelo mandonismo. Há uma ditadura tentando ser construída, tirando os direitos das pessoas de escolher suas candidaturas. Tudo armado para que o novo ditador do Ceará não tenha sequer contrastes, e tenho certeza que o Cariri vai se levantar”, afirmou ele em Juazeiro do Norte em evento ao lado do deputado Carmelo Neto (PL).