Deputado bolsonarista acusado de usar verba parlamentar para corrida até casa de entretenimento adulto
Candidato à prefeitura de Niterói, deputado pediu reembolso por corridas de Uber para local em São Paulo conhecido por seus shows noturnos
O deputado federal Carlos Jordy (PL-RJ), candidato à prefeitura de Niterói, se viu envolvido em mais uma polêmica.
Desta vez, foi revelado que ele utilizou verba da Cota para o Exercício da Atividade Parlamentar (CEAP) para custear uma corrida a uma casa de entretenimento adulto em São Paulo. O episódio, ocorrido em março de 2019, veio à tona nesta quarta, 24, quando o parlamentar foi questionado sobre o reembolso de R$ 26,89 por uma corrida de Uber até o Scandallo, localizado na Rua Coronel Diogo, famoso por oferecer shows exclusivos e festas voltadas ao público adulto.
Além dessa viagem, dois dias depois, Jordy solicitou outro reembolso para o mesmo endereço. Nesse mesmo dia, ele também foi reembolsado por uma corrida às 4h da manhã, partindo da Rua Augusta, conhecida por sua vida noturna. O deputado alegou que as viagens foram requisitadas por um assessor de sua equipe, mas não soube identificar quem era o responsável pelas solicitações.
Em resposta às acusações, Jordy afirmou que estava no início de seu mandato e que sua equipe foi, em grande parte, substituída. “Eu estava no segundo mês de mandato e grande parte das pessoas que trabalhavam comigo naquela época já não fazem parte do gabinete”, declarou.
Ele ainda justificou que não faria sentido pedir ressarcimento de valores tão baixos, uma vez que seu salário de R$ 40 mil é suficiente para cobrir despesas como essas. O deputado disse que pretende devolver o valor aos cofres públicos assim que o responsável for identificado.
A Cota para o Exercício da Atividade Parlamentar (CEAP) é destinada a cobrir despesas típicas do mandato, como aluguel de escritórios de apoio, passagens aéreas, alimentação, aluguel de carro, combustível, segurança e participação em eventos especializados. O deputado é responsável pela comprovação das despesas, que devem estar de acordo com as exigências fiscais e contábeis. O uso indevido da cota, como para fins pessoais, é expressamente proibido.
Jordy, apoiador do ex-presidente Jair Bolsonaro, enfrenta essa controvérsia em meio à campanha para o segundo turno da eleição para a prefeitura de Niterói, onde ele disputa com o atual prefeito Rodrigo Neves (PDT). No primeiro turno, Jordy obteve 35,59% dos votos, enquanto Neves ficou com 48,47%. O uso questionável de verbas públicas pode prejudicar sua imagem perante os eleitores.
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