“Rapaz, no Arthur eu não vou não”
A denúncia apresentada pela PGR na última sexta-feira contra Arthur Lira pode dificultar os planos do Palácio do Planalto de ter o líder do Progressistas (antigo PP) como "o candidato anti-Rodrigo Maia" nas eleições da Câmara em fevereiro do ano que vem. "Tenho escutado muito deputado dizendo: 'Rapaz, no Arthur eu não vou não'...
A denúncia apresentada pela PGR na última sexta-feira contra Arthur Lira pode dificultar os planos do Palácio do Planalto de ter o líder do Progressistas (antigo PP) como “o candidato anti-Rodrigo Maia” nas eleições da Câmara em fevereiro do ano que vem.
“Tenho escutado muito deputado dizendo: ‘Rapaz, no Arthur eu não vou não’. E não vão porque a vitória dele [do Arthur] colocaria a Casa [a Câmara] na berlinda em período de eleição. Não se pode esquecer que 2022 está aí e os deputados vão querer tranquilidade. Ninguém pode negar o brilho intelectual e a capacidade de liderança do Arthur [ele é comparado a Romero Jucá internamente], mas a Casa se fragilizaria”, disse, pedindo reserva “pelo amor de Deus”, um deputado há mais de 15 anos no Congresso.
Na avaliação desse experiente parlamentar, que é do Centrão, as recentes negociações de cargos no Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) não deixaram dúvidas de que Arthur Lira “está com moral” no Palácio do Planalto. E que isso, automaticamente, faz com que a oposição e o grupo mais ligado a Rodrigo Maia criem uma resistência à pré-candidatura do deputado alagoano, pupilo do dono da legenda, o senador piauiense Ciro Nogueira.
“Mas é importante notar que, no primeiro biênio da legislatura, o apoio do governo federal a um nome é algo muito importante [Rodrigo Maia acabou sendo reeleito em 2019 com o apoio do PSL, então partido de Jair Bolsonaro]. No segundo biênio, ‘o pau come’, porque os deputados estão mais preocupados com os espaços que vão ocupar dentro da Casa, e menos preocupados com espaços no Executivo”, argumentou o mesmo deputado, certificando-se mais uma vez de que estava falando em reservado.
Como noticiamos na última sexta-feira, Lira, que já é réu por corrupção no STF em razão de outra denúncia, foi acusado de embolsar propina de R$ 1,6 milhão da Queiroz Galvão, por meio de um assessor parlamentar, no esquema do petrolão. Se o Supremo aceitar a denúncia, o parlamentar responderá em mais uma ação por corrupção passiva.
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