DELTAN: “LULA SÓ PODE SER PRESO SE HOUVER RAZÕES CONCRETAS”
Na entrevista exclusiva a O Antagonista, Deltan Dallagnol foi questionado sobre a prisão de Lula. Se ele é considerado o chefe da organização criminosa que assaltou a Petrobras, por que não foi preso até agora? Ele disse que "não pode discutir decisões cautelares ainda não tomadas ou a estratégia em relação a uma pessoa", mas que Lula só poderia ser preso se houvesse "razões concretas"...
Na entrevista exclusiva a O Antagonista, Deltan Dallagnol foi questionado sobre a prisão de Lula. Se ele é considerado o chefe da organização criminosa que assaltou a Petrobras, por que não foi preso até agora?
Ele disse que “não pode discutir decisões cautelares ainda não tomadas ou a estratégia em relação a uma pessoa”, mas que Lula só pode ser preso se houver “razões concretas”.
“A realização das prisões são sempre analisadas caso a caso, pessoa a pessoa, se estão presentes os requisitos ou não. Inclusive, se a pessoa mantém a capacidade de influenciar na continuidade da prática de crimes.
Se uma pessoa (como Lula) tinha uma função pública e ela perde a função pública, ela só pode ser presa se você tem razões concretas que justifiquem a segregação daquela pessoa.
Por exemplo, no caso do Eduardo Cunha, o afastamento dele se fazia necessário na nossa visão, a prisão dele, porque ele praticou crimes por meio de interpostas pessoas, deputados, que agiram em nome dele e que continuam na Câmara praticando decisões que determinam os rumos do país.
Não posso discutir decisões cautelares ainda não tomadas, ou estratégia em relação a uma pessoa. Mas, fazendo uma explanação geral, é natural e até saudável numa democracia que as pessoas possam expressar sua opinião. Eu posso até discordar do que ele diz, mas eu defenderei o direito dele de dizê-lo.
De modo geral, no caso de políticos processados na Lava Jato, o que descobrimos é que políticos ‘não são criminosos, não são corruptos, são sempre perseguidos’. As provas são fortes, os fatos são graves, a investigação foi conduzida com regularidade, mas a defesa que a pessoa usa não é jurídica, é a defesa política, o que não faz qualquer sentido quando olhamos o contexto da participação de centenas de agentes públicos, de diferentes origens, numa investigação em que todos estão com uma lupa. Se a gente pisar fora da linha,é processado pelo CNMP.”
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