Delfim Netto diz que voltaria a assinar AI-5, mas chama atuais defensores de ‘idiotas’
Delfim Netto, 93 anos, disse nesta terça (28), em entrevista ao UOL, que voltaria a assinar o AI-5 —o "ato institucional" editado em 13 de dezembro de 1968, sob Costa e Silva, marcou o período mais violento da ditadura militar no Brasil...
Delfim Netto, 93 anos, disse nesta terça (28), em entrevista ao UOL, que voltaria a assinar o AI-5 —o “ato institucional” editado em 13 de dezembro de 1968, sob Costa e Silva, marcou o período mais violento da ditadura militar no Brasil.
“Eu voltaria a assinar o AI-5. Eu tenho dito isso sempre. Aquilo era um processo revolucionário, vocês têm que ler jornais daquele momento”, alegou o ex-ministro da Fazenda da ditadura, que se tornaria conselheiro de Lula anos depois.
“As pessoas não conhecem história, ficam julgando o passado como se fosse o presente. Naquele instante foi correto, só que você não conhece o futuro”, prosseguiu o grande democrata —acrescentando que, para ele, os que defendem um decreto semelhante no momento atual “são uns idiotas”.
“Quando se assinou o AI-5, o que se imaginava era que o habeas corpus seria para proteger o cidadão, não para matá-lo”, declarou Delfim.
“Hoje nós sabemos para onde queremos ir e aprendemos que só existe um mecanismo para administrar esse país e levá-lo ao progresso, que é o fortalecimento do processo democrático. Isso é um aprendizado”, acrescentou.
Ou seja, o AI-5 —que resultou em cassações, suspensões de direitos, demissões, aposentadorias forçadas, repressão política e mortes— foi execrável, mas Delfim faria tudo outra vez.
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