Delegado Saraiva denuncia ao MP suposta interferência em lotações de agentes da PF
O delegado Alexandre Saraiva (foto) enviou ao Ministério Público Federal nos estados de Roraima, Maranhão, Tocantins, Acre, Rondônia, Pará, Amazonas, Amapá, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul uma representação na qual denuncia suposta influência no processo de alocação e lotação de novos agentes da Polícia Federal por meio de portaria publicada pelo Ministério da Justiça no final de novembro...
O delegado Alexandre Saraiva (foto) enviou ao Ministério Público Federal nos estados de Roraima, Maranhão, Tocantins, Acre, Rondônia, Pará, Amazonas, Amapá, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul uma representação na qual denuncia suposta influência no processo de alocação e lotação de novos agentes da Polícia Federal por meio de portaria publicada pelo Ministério da Justiça no final de novembro.
Segundo o delegado, a portaria tanto vai dificultar o preenchimento de vagas em áreas distantes como a Amazônia.
“É de espantar que a Portaria não limita o número de futuros policiais que poderão ser agraciados pelo “convite”. Deste modo, a Direção Geral estará livre para lotar em Brasília quantos quiser. Esta circunstância denota a intenção de desviar muitos futuros policiais da região amazônica, do pantanal e das fronteiras para Brasília”, afirmou.
Para o delegado, a prática do apadrinhamento fez com que muitos policiais deixassem de atuar nas lotações de difícil provimento.
A escolha das vagas sempre ocorreu com base na classificação geral no concurso ou na classificação específica do candidato no curso de formação. Infelizmente, existia até uma década atrás, um abominável favoritismo em prol daqueles candidatos que
possuíam ‘costas quentes’, por meio de um instituto não regulamentado, denominado
‘convite’ que burlava os editais do concurso”, disse.
Saraiva foi o autor da notícia-crime contra Ricardo Salles por suspeita de advocacia administrativa para liberar um carregamento recorde de madeiras extraídas ilegalmente da Amazônia. Em maio, ele foi exonerado da Superintendência da Polícia Federal no Amazonas, foi transferido para a Delegacia da PF em Volta Redonda, no Rio de Janeiro.
Em outubro, a corregedoria da PF no Rio de Janeiro abriu novo procedimento para apurar uma suposta infração disciplinar do delegado. O que motivou a apuração interna foi a entrevista concedida por Saraiva à Crusoé em setembro, na qual ele critica a condução da política ambiental do governo Bolsonaro e a interferência na corporação.
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