Defesa de Eduardo Braga minimiza indiciamento: “Ilações esdrúxulas”
Assim como Renan Calheiros e Romero Jucá, o senador foi indiciado por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa
A defesa do senador Eduardo Braga (MDB-AM) minimizou nesta sexta-feira, 20, o indiciamento do parlamentar por corrupção.
“Trata-se de ilações esdrúxulas sem amparo nos elementos constantes do próprio inquérito. Há evidências claríssimas de que o parlamentar não teve contato com o delator, que, além de mudar sua versão 4 anos depois, baseia suas declarações em mero ‘ouvir dizer’. Não tenho dúvida de que inquérito será arquivado. Triste, porém, é ver mais um episódio de vazamento ilegal”, afirmou o advogado Fabiano Silveira em nota enviada a O Antagonista.
Como mostramos, a Polícia Federal indiciou os senadores Renan Calheiros (MDB-AL), Eduardo Braga e o ex-senador Romero Jucá (MDB-RR) por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
Eles são acusados de atuarem para favorecer o grupo Hypermarcas, atual Hypera Pharma, do ramo farmacêutico, no Congresso em troca de pagamentos de propina.
A PF enviou, sob sigilo, o relatório final do inquérito ao Supremo Tribunal Federal (STF) em agosto após seis anos de tramitação.
O documento já foi encaminhado pelo relator do processo, ministro Edson Fachin, à Procuradoria-Geral da República, que irá decidir se apresenta ou não denúncia contra os emedebistas.
20 milhões de reais em propinas
No relatório final do inquérito, a PF constatou que a Hypermarcas pagou 20 milhões de reais em propinas a Renan, Eduardo Braga e Jucá. O montante chegou aos emedebistas através do empresário Milton Lyra, apontado pela PF como lobista do MDB.
Os senadores, por sua vez, atuaram em favor da farmacêutica em um projeto de lei sobre incentivos fiscais a empresas, que tramitou no Senado entre 2014 e 2015.
Conforme a PF, Renan chegou a indicar um nome para a diretoria da Anvisa para auxiliar nos interesses da Hypermarcas dentro da agência.
Lava Jato
Aberto em 2018 a partir da delação premiada de Nelson Mello, o inquérito é um desdobramento da Operação Lava Jato.
Na delação, o ex-diretor da Hypermarcas admitiu ter firmado contratos fictícios com empresas indicadas por Milton Lyra, visando repassar os valores aos senadores.
Como Romero Jucá não tem mais foro privilegiado, a parte da investigação referente a ele foi entregue à Justiça Federal do Distrito Federal.
O empresário Milton Lyra também foi indiciado por lavagem de dinheiro.
Leia mais: Funaro confirma propina da Hypermarcas
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