Na última sexta-feira, 20 de setembro de 2024, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu rejeitar dois recursos que buscavam reinstaurar a revisão da vida toda para as aposentadorias concedidas pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

A decisão, tomada no plenário virtual do STF, teve uma votação de 7 a 1 contra os recursos apresentados pelo Instituto de Estudos Previdenciários (Ieprev) e pela Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos (CNTM).

Essa confirmação reitera uma posição anterior do STF de março de 2024, quando foi determinado que os aposentados não poderiam escolher a regra mais vantajosa para recalcular seus benefícios, revertendo assim uma decisão anterior que permitia a revisão completa dos valores das aposentadorias.

Contexto da eliminação da revisão da Vida Toda

A decisão do STF foi fundamentada em duas ações diretas de inconstitucionalidade contra a Lei dos Planos de Benefícios da Previdência Social (Lei 8.213/1991).

Em vez de considerar novamente um recurso que favorecia os aposentados, o STF reforçou a constitucionalidade das regras previdenciárias de 1999, eliminando a possibilidade de revisão baseada em toda a carreira contributiva.

Impactos da nova regra de transição

Com a nova interpretação, os aposentados passam a seguir obrigatoriamente a regra de transição estabelecida em 1999.

Isso implica que o cálculo dos benefícios deve considerar somente as contribuições feitas após essa data, em contraste com a possibilidade anterior de incluir toda a trajetória contributiva.

Antes dessa decisão, era possível optar pelo método de cálculo que resultasse em um valor mensal mais elevado.

Ministros favoráveis e contrários

Os votos que definiram a rejeição dos recursos foram dados pelos ministros Nunes Marques, Cristiano Zanin, Flávio Dino, Cármen Lúcia, Gilmar Mendes, Luiz Fux e Luís Roberto Barroso.

O único voto divergente foi do ministro Alexandre de Moraes, que defendeu a manutenção da revisão da vida toda.

O julgamento virtual será concluído oficialmente na sexta-feira, 27 de setembro de 2024.

Repercussões para os aposentados e o sistema Previdenciário

A decisão tem amplas implicações para os aposentados que esperavam uma revisão para aumentar seus benefícios mensais.

Os principais pontos de impacto incluem:

• Redução de Benefícios: Muitos aposentados enfrentarão uma diminuição nos valores recebidos, uma vez que não poderão considerar toda a vida contributiva no cálculo.

• Segurança Jurídica: A decisão proporciona mais previsibilidade e estabilidade para a administração dos recursos do INSS.

• Debate Contínuo: A mudança gerou discussões sobre a justiça e a adequação da decisão entre advogados previdenciários e beneficiários.

Embora a decisão do STF ofereça clareza jurídica para algumas questões, ela também levanta preocupações sobre a justiça e sustentabilidade das aposentadorias no Brasil, levando em conta o futuro financeiro de muitos aposentados.