Crusoé: Por que ninguém critica as urnas eletrônicas este ano
Ex-presidente Jair Bolsonaro parou de falar no assunto e os brasileiros deixaram de fazer pesquisas no Google sobre os dispositivos
Quase ninguém contestou a confiabilidade das urnas eletrônicas nas eleições municipais deste ano.
Foi um “não assunto“.
E pouca gente fez pesquisa no Google sobre isso.
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Uma análise do Google Trends, que verifica o volume das pesquisas no buscado, mostra que o tema das “urnas” foi muito procurado no final de 2022. Depois disso, o assunto praticamente morreu.
Bolsonaro
O principal motivo para o tema ter sido esquecido é que o ex-presidente Jair Bolsonaro parou de falar nele.
Em junho do ano passado, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) declarou Jair Bolsonaro inelegível por maioria de votos (5 a 2).
A Corte entendeu que ele cometeu “abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação” durante reunião realizada no Palácio da Alvorada com embaixadores estrangeiros.
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Na reunião, o então presidente colocou em dúvida a integridade das urnas eletrônicas, sem mostrar provas.
Como Bolsonaro ainda tem esperança de voltar a se candidatar, ele prefere evitar o tema espinhoso que gerou sua inelegibilidade.
Predominância dos temas locais
Questionar as urnas eletrônicas também seria contraproducente em uma eleição em que os candidatos estão debatendo sobre questões locais, como segurança pública, qualidade das escolas e dos hospitais.
Trazer o tema das urnas para o pleito municipal ainda poderia afugentar os eleitores, que poderiam desistir de exercer seu direito democrático.
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Por fim, mesmo candidatos de centro-direita estão buscando não se aproximar demais de Bolsonaro, com medo de perder os votos do centro. Seguir o pacote bolsonarista, nesse caso, poderia gerar desconforto em potenciais eleitores.
É o caso, por exemplo, do atual prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, que passou a maior parte da campanha evitando os temas mais ideológicos, mais nacionais.
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