Crusoé: O ‘cashback’ da rachadinha de Janones
Segundo a Polícia Federal, além de embolsar parte do salário de assessores, deputado federal pedia reembolso à Câmara dos gastos feitos com esse dinheiro
A Polícia Federal indiciou o deputado federal André Janones (Avante-MG, foto) por esquema de rachadinha na quinta-feira, 12. Segundo a investigação, no caso do assessor Alisson Alves Camargos, “a equipe investigativa se deparou com indícios da perpetração da tipologia de ‘rachadinha’ mais comum: saques em espécie após o crédito salarial”.
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Já no caso do assessor Mário Celestino da Silva, diz a PF, Janones gastava parte do salário que pagava ao funcionário por meio de uma conta compartilhada por dois cartões de crédito.
“Ao que tudo indica, o único objetivo de Mário ao emitir o cartão adicional era o de repassar parte da sua remuneração para o parlamentar. Afinal, o cartão principal, de sua titularidade, somente veio a ser utilizado aproximadamente 04 anos após sua obtenção. Enquanto isso, o adicional, em nome do Deputado Federal André Janones, passou a ser usado imediatamente”, diz o relatório da PF.
“Houve gastos expressivos, que superaram R$ 100 mil”, dizem os delegados Roberto Santos Costa e Leandro Alves Ribeiro, que assinam o relatório que solicita à Controladoria Geral da União, à Advocacia Geral da União e à Câmara dos Deputados avaliação sobre a “pertinência da instauração de processos cíveis e administrativos em defesa dos interesses do Poder Público”.
Cashback
Mas tem mais: segundo a PF, o esquema era duplo. Como num sistema de cashback, o deputado ganhava dinheiro ao gastar. Só que, ao contrário do que faz qualquer empresa, que atrela um percentual pequeno do valor gasto a compras futuras de seus próprios produtos, Janones simplesmente embolsava pela segunda vez o valor que saíra do salário do assessor.
“Além de o Deputado Federal André Janones utilizar o dinheiro de seu assessor para cobrir algumas de suas despesas, ele também solicitava à Câmara dos Deputados o ressarcimento desses ‘gastos’, obtendo assim um benefício financeiro ilícito em duas frentes”, dizem os investigadores.
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A Polícia rastreou alguns dos gastos do cartão no nome de Mário, para ter certeza de que quem estava gastando era mesmo…
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