Crusoé: desaparecimentos crescem em 2023 — assim como pessoas encontradas
Números recém divulgados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública são de 80.317 desaparecidos no ano de 2023
O número de pessoas desaparecidas no Brasil, em 2023,, subiu 3,2% em relação a 2022, apontou o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, em seu anuário divulgado nesta quinta-feira, 18. Ao mesmo tempo, o número absoluto de pessoas encontradas aumentou 22,1% no mesmo período, mostrando uma melhora nos sistemas de busca e procura de desaparecidos.
Os números do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, colhidos em bases de dados da segurança pública em cada um dos 26 estados e do Distrito Federal, são de 80.317 desaparecidos no ano passado. Isso significa que, a cada pouco menos de quatro minutos, uma pessoa foi declarada desaparecida no Brasil. São 2,5 mil a mais que os 77,8 mil dados como desaparecidos em 2022. Ainda são mais de 200 mil pessoas nesta condição.
Ao mesmo tempo, são 52.970 pessoas que foram localizadas no ano passado, um aumento expressivo em relação aos 43.384 dados como localizados em 2022. O aumento sensível é um dos destaques positivos da edição deste ano do anuário, que também compila dados sobre crimes e mortes violentas em todo o país.
Desde o ano passado, Crusoé e OAntagonista promovem um esforço inédito na imprensa brasileira de conscientização para a busca ativa de desaparecidos. O primeiro promoveu entrevistas com especialistas para ajudar a entender esta chaga brasileira que afeta principalmente homens, negros e que acabam por sumir em datas próximas ao final da semana.
Não é uma questão só da segurança pública. Há uma falta de diálogo entre os diferentes entes. Quando falamos de desaparecimentos, não vemos uma comunicação da segurança com Saúde e Educação. Mesmo que na lei mais recente as escolas sejam obrigadas a reportar e hospitais devam comunicar quando chega um corpo de desconhecido, ainda se vê que é uma comunicação muito difícil”, disse Nascimento, a pesquisadora do Fórum Talita em entrevista à Crusoé em setembro do ano passado.
“As primeiras horas são as mais importantes para localizar desaparecidos”, afirmou Darko Hunter, que atua pela Divisão de Desaparecidos da Prefeitura de São Paulo. A sua entrevista em julho, com relevantes dicas para encontrar desaparecidos, também está publicada na revista.
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