Crusoé: Bolsonaro pede “sinal ainda maior de apoio” na Paulista
Após decepção em Copacabana, ex-presidente tenta mobilizar apoio expressivo ao ato marcado para 6 de abril de olho no avanço do PL da anistia na Câmara

A manifestação pró-anistia para os condenados pelo 8 de janeiro realizada em Copacabana (foto), no Rio de Janeiro, deixou sequelas para Jair Bolsonaro. Longe de reunir um número impactante de pessoas, o ato não demonstrou a força política que o ex-presidente projetava.
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Para não repetir a frustração, Bolsonaro voltou a pedir apoio para o próximo ato, convocado para 6 de abril na avenida Paulista, em São Paulo. “Temos conquistado adesões importantes, mas muitos aguardam um sinal ainda maior de apoio por parte do nosso povo”, disse o ex-presidente em mensagem postada em suas redes sociais.
No texto, Bolsonaro diz que “a pauta da anistia está avançando no Congresso com o apoio crescente de parlamentares e partidos”. “Mas agora a bola está com a gente. Precisamos mostrar para aqueles que ainda estão indecisos que essa pauta é urgente e reflete a vontade da maioria dos brasileiros; gente honesta, que trabalha, paga impostos e ama este país”, segue.
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Urgência?
A base bolsonarista na Câmara ameaçou na semana passada obstruir votações para pressionar pelo avanço do projeto da anistia. O PL, partido de Bolsonaro, cogitou pedir urgência para a pauta sobre o 8 de janeiro, o que permitiria que o projeto fosse votado direto no plenário, sem passar por comissões.
Mas o líder do PL, Sóstenes Cavalcante (RJ), não conseguiu acordo com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e adiou a apresentação do pedido de urgência. Agora, a oposição ao governo Lula cogita também a instação de uma comissão especial sobre a anistia, o que permitiria manter o assunto em evidência antes de um desfecho.
“A decisão sobre o PL da anistia, se vamos pautar o requerimento de urgência, que é o que nós já estamos prontos para fazer, ou se ele quer uma comissão especial, é do presidente Hugo Motta. Nós não estamos afrouxando nada”, disse Sóstenes ao programa Meio-Dia em Brasília.
À espera de Motta
“Na volta do presidente Hugo Motta da viagem que ele fará…
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Comentários (4)
Fabio B
23.03.2025 15:00Eu até iria às ruas contra os verdadeiros donos do Brasil: Bancões, caciques partidários, incluindo Esquerda e Centrão, mídia tradicional, empresários amigos do governo e a mamatolândia do alto funcionalismo, que inclui não só o Judiciário e o MP, mas também as Forças Armadas, e o STF, que é o grande garantidor do acordão entre eles, sacramentado na nossa CF 1988. Até consideraria protestar pelos otários presos no 08/01, não por achá-los inocentes, pois são culpados, mesmo tendo sido usados pelo bolsonarismo, mas para que tivessem penas mais justas. O que nunca faria é servir de massa de manobra para um bost4 como o Bolsonaro, que só pensa em escapar da prisão merecida para continuar desfrutando de sua fortuna criminosa e das regalias que ainda lhe restam.
Fabio B
23.03.2025 14:48E o bolsonaro conseguiu destruir até isso. Antes, toda grande manifestação parava o Brasil. Mas o jogo virou quando ele venceu em 2018 e passou a usá-las em benefício próprio. Daí em diante, foi só derrota em tudo, incluindo para a direita. E o sistema também aprendeu a lidar com os atos porque as manifestações perderam o fator aglutinador de juntar direita ou esquerda, passou a ser só de bolsonaristas que se reuniam para demonstrar "amor ao mito". Assim, deixou de ser o "povo" nas ruas e virou apenas um grupo específico: os que idolatram o mito. As manifestações passaram de mobilização legítima a comício, nada além que uma reunião de cultuadores de corruptos e oportunistas.
Fabio B
23.03.2025 14:42As manifestações do tempo de impeachment da Dilma foram magnificas, pois as pautas eram claras, era impeachment da Dilma. Tinha grupos de esquerda e direita nas ruas, e quando aparecia algum político vagabundo desses tentando farmar popularidade em cima, era vaiado e escorraçado. Diversos políticos foram vaiados na época, incluindo o lixo do bolsonaro.
Fabio B
23.03.2025 14:37Cada flop deve acelerar em pelo menos uma semana o calendário da própria prisão. Mas independente da quantidade de otários que formar, ninguém liga mais, pois foi tudo banalizado há tempos, transformadas em comício. O que antes era mobilização autêntica por pautas reais, capaz de unir até correntes de direita e esquerda, hoje não passa de um culto vazio de "demonstração de amor"' ao mito. O Bolsonaro destruiu a força das ruas quando, mesquinhamente, rasgou todas as pautas para transformar tudo nesse festival patético de culto a personalidade.